Dobra o número de detidos nas manifestações em Belo Horizonte

Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
Publicado em 27/06/2013 às 14:36.Atualizado em 20/11/2021 às 19:32.
Cento e nove pessoas foram detidas devido aos atos de vandalismo e depredação no entorno das avenidas Abrahão Caram e Antônio Carlos e da Praça Sete, entre esta quarta (26) e quinta-feira (27) .
 
O número de prisões é mais do que o dobro do que o registrado no último protesto do sábado (23), quando 50 pessoas foram detidas entre sábado e domingo (24), de acordo com a Polícia Civil.
 
Na ocasião, o prefeito Marcio Lacerda havia tido que a quantidade de prisões registrada era pequena. “Eu espero que, na próxima manifestação, a PM prenda mais. Prendeu muito pouca gente. A PM não está usando toda a força que tem, inclusive não está usando cassetetes. A estimativa é que existem 500 vândalos e o que falei hoje para a segurança é que é preciso prender mais”, afirmou o prefeito na segunda-feira (24). 
 
Embora mais pessoas tenham sido presas durante e depois da partida entre Brasil e Uruguai, no Mineirão, a Polícia Militar informou que o fato não tem relação com a declaração do prefeito.
 
“Nós mudamos a estrutura e os policiais não ficaram no tête-à-tête com os manifestantes. Essa distância foi altamente salutar e permitiu que a polícia agisse de forma pontual”, afirmou o coronel Antônio Carvalho, Comandante do Policiamento Especializado da Polícia Militar. 
 
De acordo com o comandante, os policiais não atuaram para fora dos gradis e puderam observar a ação dos vândalos para só então agir. “Muitas pessoas ficaram sentadas nas calçadas e pontos de ônibus observando a ação dos vândalos em vez de irem para casa. Por isso, fizemos uma ação estratégica para não colocar em risco esses manifestantes que não tinham nada a ver com os atos”, afirmou. 
 
Balanço 
 
Ao todo, 79 adultos e 30 adolescentes foram detidos e encaminhados às delegacias de Belo Horizonte em decorrência do vandalismo durante as manifestações populares, entre esta quarta (26) e quinta-feira (27).
 
Do total de adultos, 26 tiveram prisão em flagrante decretada e permaneceram presos. Os 53 restantes foram ouvidos e liberados, por terem cometido crimes de menor potencial ofensivo.
 
Já entre os adolescentes, 18 ficaram apreendidos, sendo encaminhados ao Juizado da Infância e da Juventude. Os 12 restantes, por estarem envolvidos em episódios de menor gravidade, foram ouvidos e liberados, conforme determina o Estatuto da Criança e do Adolescente.  
 
Segundo os policiais, os adolescentes que foram liberados serão monitoradas e os adultos responderão a inquérito policial. Já os menores de idade serão alvo de procedimento operacional de ato infracional e já tiveram, inclusive, agendada sua apresentação ao juízo da Vara Infracional.
 
As prisões em flagrante ocorreram, em sua maioria, pela prática de crimes de furto qualificado, roubo e dano ao patrimônio público.
 
O saldo de materiais apreendidos incluiu artefatos explosivos, bolas de gude, máscaras antigases, luvas, facas, aparelhos celulares com mensagens de incentivo à violência, fracos de leite de magnésia e vinagre, escudos artesanais de metal, óculos de proteção, alicates, tesouras, marreta, estilingues e pedras.
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