Dobram casos de agressão contra gays no Estado

Alessandra Mendes - Do Hoje
10/10/2012 às 12:11.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:58

(Lucas Prates)

As denúncias de violações dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais praticamente dobraram em Minas Gerais. De janeiro a julho de 2011, foram registrados 61 casos no Disque Denúncia Nacional, contra 121 no mesmo período deste ano – um aumento de 98,3%.

Apesar do salto da violência contra a população LGBT, os dados não refletem, na íntegra, os abusos cometidos. “A prática da denúncia ainda é recente. Muita gente ainda se sente intimidado ou não sabe que pode procurar ajuda”, afirma a chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher, Idoso e Portador de Deficiência e responsável pelo Núcleo de Atendimento e Cidadania LGBT, Margaret de Freitas.

Por causa do crescimento das denúncias, Minas Gerais ocupou, no ano passado, a terceira colocação no ranking dos Estados com mais violações motivadas por homofobia.

Recorrência
 
Os registros mais comuns são de discriminação e violência psicológica, seguidos das agressões físicas e ameaças.  “Há um aumento não só em desfavor do cidadão LGBT, mas um crescimento da violência de gênero”, afirma a coordenadora especial de Políticas de Diversidade Sexual da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Walkiria La Roche. “Em 99% dos casos, os autores são homens. Assim como subjugam a mulher, também o fazem com o gay, a lésbica e o travesti”

Falhas

Apesar de ser um instrumento de combate à homofobia, o Disque Denúncia Nacional (também conhecido como Disque 100) ainda tem falhas que impedem a investigação dos crimes. De todas os registros, 36% não têm dados suficientes. “Sem informações essenciais, como quem é a vítima, onde ela mora e um meio de contato, fica quase impossível dar prosseguimento ao caso”, diz a delegada Margaret.

Mudanças nesse sentido estão sendo discutidas por gestores da população LGBT, que se reunirão, em Brasília, no início do próximo mês.  O objetivo é discutir melhorias no atendimento do Disque 100. “Apesar das mudanças que queremos propor, a solução está na educação. Só ela pode resolver a questão da homofobia no país”, afirma Walkiria La Roche.
 
Leia mais sobre estes crimes motivados por homofobia na Edição Digital
 

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