Dois casos de zika vírus são confirmados em Minas Gerais

Aline Louise - Hoje em Dia*
Publicado em 14/01/2016 às 15:54.Atualizado em 16/11/2021 às 01:01.

A Secretária de Estado de Saúde confirmou nesta quinta-feira (14) dois casos de microcefalia em Minas Gerais. Um deles é de um recém-nascido em Curvelo, que possui o perímetro encefálico de 32 cm, compatível com o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde para a doença.

O segundo é de uma gestante, em Ubá, infectada com o zika vírus e cujo feto potencialmente tem a doença. Os dois casos foram registrados em dezembro do ano passado.

Ao todo, 55 casos de microcefalia foram notificados em Minas, apenas esses dois citados acima foram confirmados. Outros 16 bebês estão sendo investigados, além de uma outra gestante, também infectada com o zika. Os casos ocorrem em 12 município, em diferentes regiões do Estado, inclusive em Belo Horizonte.

Quanto ao zika, 46 casos foram notificados com sintomas como febre baixa, manchas vermelhas pelo corpo e conjuntivite. Destes, 8 foram descartados laboratorialmente e 38 estão em investigação.

Segundo o superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Rodrigo Said, a confirmação dos casos de microcefalia coloca o Estado em alerta, porque atesta que o zika está circulando em Minas também. "Temos 100% da população do estado susceptível ao zika, num momento de alta dos registros de dengue", enfatizou.

De acordo com Said, a recomendação continua sendo o controle do mosquito vetor dos vírus. "Não temos outra fonte de atuação que não seja o combate ao mosquito, que não pode ser unilateral. Nosso inimigo comum continua sendo o mosquito, agora com potencial de transmitir duas doenças", explica.

Segundo o superintendente, os dois casos confirmados de microcefalia serão acompanhados pela SES e as respectivas secretarias municipais de saúde.

 

 

Epidemia

Um dos mais respeitados infectologistas do país, o professor e ex-diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, acredita que o país vive atualmente a maior epidemia já registrada no mundo por vírus zika.

Boulos lembrou que a infecção por zika, até então, era considerada uma doença mais branda que a própria dengue, já que causa febre baixa, manchas pelo corpo que desaparecem em dois ou três dias e quadros clínicos menos graves, que dificilmente levam à morte. Foi a correlação da doença com casos de microcefalia em bebês que levantou a bandeira vermelha.

No Brasil

O último balanço divulgado nesta terça-feira (12) pelo Ministério da Saúde revelou que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika em recém-nascidos foram notificados no país entre 22 de outubro de 2015 e 9 de janeiro.

O boletim também traz a confirmação de que a morte de dois recém-nascidos e dois abortos de bebês com a malformação no Rio Grande do Norte foram em decorrência da doença.

As notificações da malformação estão distribuídas em 724 municípios de 21 unidades da federação. O estado de Pernambuco, primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país.

Em seguida, estão Paraíba (569), Bahia (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

* Com Agência Brasil

 

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