Dois militares e outros seis são presos durante operação contra jogos de azar na Grande BH

Paula Bicalho
pbicalho@hojeemdia.com.br
Publicado em 08/11/2017 às 20:20.Atualizado em 02/11/2021 às 23:36.

Oito pessoas, incluindo dois militares, suspeitos de integrarem uma quadrilha de contravenção foram presos nesta quarta-feira (8) durante a operação Camaleão, realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Militar do Estado. Além disso, 11 mandados de busca e apreensão nos municípios de Belo Horizonte, Betim e Igarapé foram cumpridos.

A partir de uma denúncia anônima recebida pela PM, os três órgãos começaram, há seis meses, uma investigação para apurar crimes ilícitos praticados pela organização denominada Mil Loterias, que atua na atividade de exploração de jogo do bicho e caça-niqueis. As investigações apontam que o grupo controlava centenas de pontos de jogos nos três municípios e lucrava com a prática ilícita até R$ 200 mil por mês.

Entre os presos, há dois militares, um sargento e um major. "Eles estão sob cautela no sistema prisional, enquanto a PM avalia quais sanções serão aplicadas neste caso, podendo chegar até ao desligamento da instituição", explica o corregedor da Polícia Militar, Márvio Cristo Moreira. 

Segundo o delegado, eles usavam as informações privilegiadas que recebiam para obter vantagem e saber por exemplo, quando haveriam operações ou quem comandava investigações deste tipo. Além disso, solicitavam operações de combate para coagir a ação dos concorrentes que hagiam na mesma região. 

Até o momento, de acordo com documentos encontrados, a organização faturou, só no mês de maio deste ano, R$ 480.000,00 reais. "Na casa de um dos líderes da quadrilha, achamos mais R$ 200.000,00, além de R$ 17.000,00 que estavam com ele. No escritório de BH havia cerca de R$ 14.000,00", conta a Procuradora de Justiça Cássia Virgínia Gontijo, coordenadora do Graeco. 

A operação Camaleão já apreendeu cerca de 100 máquinas caça-níqueis em lojas de BH e da Região Metropolitana. "A próxima etapa é fechar as lojas que atuam neste ramo", explica Cássia. 

Os oito presos serão indiciados por organização criminosa, corrupção passiva e ativa, além de contravenção penal por jogos de azar.

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