Dossiê retrata período da ditadura militar na capital mineira

Pedro Rotterdan - Hoje em Dia
01/07/2013 às 08:19.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:37

Os lugares que foram palco de torturas, repressões, prisões e manifestações públicas durante o período da ditadura militar em Belo Horizonte estão sendo identificados para subsidiar a criação de uma espécie de dossiê sobre os Anos de Chumbo no Brasil. A ideia é deixar documentado, em fotografias, áudios, vídeos e em um livro, o relato de vítimas, jornalistas e outras testemunhas do período.

A iniciativa partiu de pessoas que sofreram agressões físicas e psicológicas. Elas procuraram a Comissão da Verdade, do Ministério Público Federal (MPF), que promoveu, em abril último, uma audiência pública com vítimas e órgãos estatais e não governamentais.

Identificação

A Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte começou o levantamento dos espaços. Segundo o diretor de Patrimônio Cultural da instituição, Carlos Henrique Bicalho, inicialmente serão feitos registros imateriais. “Nem sempre o tombamento é o mais indicado, porque várias edificações não têm mais as mesmas características da época. Por isso, vamos colocar placa para identificar cada um dos pontos onde ocorreram eventos, seja de repressão, seja de pedido por liberdade”.

Dops

Entre os locais de tortura identificados, estão o antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na avenida Afonso Pena – atualmente Delegacia de Tóxicos –, o prédio da Delegacia de Furtos e Roubos, na rua Uberaba, no Prado, e o 1º Batalhão da PM, na Praça Floriano Peixoto, no bairro Santa Efigênia.

Como palco de manifestações, estão a Praça Afonso Arinos, as faculdades de Direito e Medicina da UFMG e o antigo prédio da Faculdade de Filosofia Ciências Humanos (Fafich), na rua Carangola, no bairro Santo Antônio.

“No Batalhão da PM e na Fafich são tombadas as pichações que pediam por liberdade. Há solicitações de tombamento para o antigo Dops e para o prédio da rua Uberaba, mas nenhum deles por causa da ditadura. Vamos tentar incluir esse assunto nos documentos”, disse Bicalho. Esses locais já fazem parte de conjuntos arquitetônicos das respectivas regiões.

Segundo Bicalho, o movimento acontece em várias partes do Brasil, como em Porto Alegre e em São Paulo. “Belo Horizonte talvez seja umas das primeiras cidades a tomar decisões desse registro”.

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