Combate à dengue

Drones mapearam 45 mil hectares e identificaram 100 mil criadouros do Aedes aegypti em Minas

Ação pioneira no Brasil permite identificação e tratamento dos criadouros do Aedes aegypti em locais de difícil acesso

Do HOJE EM DIA*
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Publicado em 09/01/2025 às 10:08.Atualizado em 09/01/2025 às 19:37.
Estratégia é fruto da política Vigidrones (Rafael Mendes / SES-MG)
Estratégia é fruto da política Vigidrones (Rafael Mendes / SES-MG)

Para ajudar no combate à dengue, zika e chikungunya, drones estão sendo utilizados para mapear e tratar os locais com acúmulo de água parada que possam se tornar criadouros do Aedes aegypti em Minas. Dessa forma, auxiliar na redução do número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito. 

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), que está sendo implementada nas 28 Unidades Regionais de Saúde (URS) a política Vigidrones. Assim é feita a otimização do trabalho dos Agentes Comunitários de Endemias (ACE) dos municípios.

Os drones permitem a identificação de áreas de difícil acesso, como caixas d’água e piscinas descobertas, e possibilitam a aplicação precisa de larvicidas.

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, os resultados iniciais são promissores. “Observamos uma significativa eliminação de focos de água parada e do vetor nos municípios que iniciaram o mapeamento”, destaca, ressaltando a relevância da tecnologia. “Minas está liderando o uso de recursos avançados para prevenir epidemias de dengue e gerenciar emergências de saúde pública”.

O vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus, evidencia o pioneirismo do estado, primeiro do Brasil a adotar a estratégia.

"Com a Vigidrones, estamos avançando de forma inédita no enfrentamento ao Aedes aegypti. Minas Gerais, mais uma vez, inova no uso da tecnologia para cuidar da saúde dos mineiros. Esse é o compromisso do nosso governo: cuidar das pessoas com soluções modernas e eficientes", salienta Professor Mateus.

Investimento e atuação

O Governo de Minas destinou R$ 30 milhões para contratação e execução do geomonitoramento por drones. Nos municípios com menos de 30 mil habitantes, os recursos foram repassados aos Consórcios Intermunicipais de Saúde, que gerenciam o serviço. 

Em 2024, 394 cidades foram atendidas, com 45 mil hectares mapeados e a identificação de mais de 100 mil potenciais criadouros. Estima-se que 20% a 25% dos focos não são detectados pelos ACE, reforçando a importância do uso da tecnologia.

Exemplo de sucesso

Em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a atuação coordenada pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paraopeba (Icismep) resultou na inspeção de 206 hectares e na identificação de 562 possíveis criadouros, incluindo 40 caixas d’água destampadas.

“Com o mapeamento, nossa ação com os ACE foi mais direcionada e eficaz. No período de um ano, registramos uma redução de 96% dos casos nas áreas mapeadas”, relata Giovanni Barbosa, diretor do Departamento de Zoonoses do município.

O prefeito de Igarapé, Arnaldo Chaves, reforça a relevância da iniciativa. “Essa tecnologia mostrou resultados significativos e trará benefícios duradouros no combate ao mosquito da dengue. Com meios e ferramentas adequados e eficientes, vamos continuar avançando nesse enfrentamento”, destaca.

A coordenadora do Departamento Saúde Única do Icismep, que atende as Regionais de Belo Horizonte e Divinópolis, Eduarda Portela, explica que todas as etapas do processo são acompanhadas por eles, de modo a garantir a efetividade dos resultados. 

“Entre julho e dezembro acompanhamos o mapeamento de 69 municípios das duas Regionais, contando as cidades contempladas pelo consórcio e as que receberam o recurso diretamente do estado. Auxiliamos na elaboração dos planos de trabalho, participamos das capacitações das equipes e atuamos no monitoramento para que o processo tenha continuidade e os resultados sejam avaliados em conjunto”, detalha.

Capacitação e monitoramento

Os dados coletados são armazenados em um sistema georreferenciado, permitindo aos ACE e profissionais de saúde a criação de mapas de calor que identificam áreas críticas. A SES-MG também promove capacitações para garantir a utilização eficiente da tecnologia. Além disso, um painel de monitoramento será lançado em breve, fornecendo um balanço detalhado dos resultados.

*Com informações da Agência Minas

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