“Prevenir é melhor que remediar”. O ditado popular que se encaixa perfeitamente em inúmeras situações da vida é certeiro, também, para as doenças oculares. No entanto, em muitos desses casos, o remédio não existe e a enfermidade pode se tornar deficiência visual permanente.

“As cegueiras estão dividas em duas: as reversíveis e as irreversíveis. As alteráveis são as que atingem a parte externa dos olhos, como a catarata. Já o glaucoma e as doenças da retina, se não tratadas a tempo, lesam o nervo óptico e, para corrigir isso, ainda não existem tratamentos”, afirma o oftalmologista Marcus Vinícius Cardoso de Souza, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.

No mês de abril é celebrado o Dia Nacional do Braille e, por consequência, as organizações de saúde ressaltam a importância da prevenção de doenças oculares e buscam a conscientização sobre a realidade de pessoas cegas ou com deficiência visual severa, no movimento Abril Marrom.

Importante

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de cada dez casos de perda de visão, oito poderiam ser evitados se detectados precocemente com visitas periódicas ao oftalmologista. Procedimento não muito comum entre os pacientes. 

“De forma geral, a gente só vai ao médico quando algum sintoma que sentimos se agrava. Quando se trata dos olhos, uma piora moderada é que move o paciente ao consultório. Porém, as doenças dos olhos começam e só vão afetar a visão em cinco ou até 10 anos depois, daí a importância do controle frequente”, ressalta o médico.

Junto ao descuido, pode-se colocar enfermidades como hipertensão arterial, reumatismo e diabetes, que colaboram para o surgimento de deficiências visuais. Cerca de 2,6% dos casos de cegueira no mundo podem ser atribuídos ao diabetes tipo 2, por exemplo.André Ori/Divulgação / N/A

“A baixa de visão e a perda do contraste, por exemplo, são pontos que precisam ser observados pelo paciente”, coloca o oftalmologista Rui Marinho

Tratamentos

As duas principais causas de cegueira no mundo são a catarata e o glaucoma. A primeira é totalmente reversível, explica o oftalmologista Rui Marinho, fundador do Hospital de Olhos que leva o nome dele.

“Conseguimos remover a catarata e melhorar a visão do paciente, incluindo a correção do grau. A cirurgia feita a laser não é invasiva e é muito precisa. É um ganho de qualidade de vida”, destaca.

Nos casos de glaucoma é possível estancar ou paralisar a doença, mas não curá-la. “Em pacientes com essa doença, é feito um controle da pressão ocular com colírios, tratamento a laser ou mesmo cirurgia”, esclarece o médico.Editoria de Arte / N/A

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