Editada em 3/3/2016, às 20:15
Uma fonte do governo do Estado afirma que o comando-geral da Polícia Militar (PM) irá apurar e punir os responsáveis pelo fechamento da Linha Verde durante protesto, nessa quarta (2), de membros da corporação contra o escalonamento salarial. A manifestação dos militares reservistas e de integrantes da Polícia Civil provocou caos no trânsito.
No ano passado, o governador Fernando Pimentel determinou tolerância zero para quem fechasse as vias da cidade durante protestos. Em alguns episódios, o cumprimento da ordem provocou conflitos entre policiais e manifestantes.
Após os atos dessa quarta (2), o comando-geral iria emitir uma nota interna determinando a punição para os organizadores do protesto.
Carreata
Os policiais saíram em carreata da praça da Assembleia Legislativa, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul, por volta das 15h, em direção ao Centro Administrativo do governo, na zona Norte. O trânsito ficou travado por onde eles passaram. Em carros, vans e ônibus, os manifestantes usaram as cores verde e amarelo para se destacar em meio aos demais veículos.
“O governo está parcelando nosso salário em até três vezes, o que é um absurdo. Queremos chamar a atenção para este fato”, criticou um dos líderes do movimento, o presidente da Associação dos Praças, Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), Marco Antônio Bahia.
Imparcial
Os atos foram acompanhados pela PM. No percurso, o chefe da Comunicação Social da corporação, tenente-coronel Gilmar Luciano Santos, garantiu que o monitoramento seria imparcial, “seguindo a lei, garantindo a segurança de quem participa do protesto e, também, o direito de ir e vir de quem não participa dele”.
O oficial chegou a afirmar que pelo menos uma pista da Linha Verde deveria estar liberada para a passagem dos veículos. “Quem está manifestando conhece muito bem a lei. Acredito que não teremos problema”, disse. Porém, os manifestantes conseguiram fechar as pistas nos dois sentidos.
O economista Leonardo Gonzalez, que tinha um voo marcado para São Paulo, criticou o protesto. “Se a via não for liberada nos próximos minutos, eu vou perder a viagem”. As pistas só foram liberadas por volta das 17h30.
Os organizadores estimam que 10 mil pessoas tenham participado do movimento, mas, segundo a PM, pouco mais de mil estiveram no ato.
Representantes do protesto pediram uma reunião com o governo. Segundo a assessoria do governador, as propostas serão avaliadas tão logo forem formalmente apresentadas.
Nota da PM
A Polícia Militar divulgou nota, por meio de sua sala de imprensa, negando que as medidas serão tomadas.
Segundo a nota, "Em relação à manifestação promovida pelas entidades representativas dos profissionais da Segurança Pública na tarde do dia 02 de março, que culminou com a obstrução total da MG 10 em frente à Cidade Administrativa, a Polícia Militar esclarece que:
Considera qualquer manifestação tendente à preservação de direitos e garantias.
Em todas às manifestações promovidas em nosso Estado, a Instituição vem buscando a coexistência pacífica em dois preceitos constitucionais, quais sejam, o de livre manifestação e o direito de ir e vir.
Neste sentido, todas as categorias, inclusive as representativas dos profissionais de segurança pública, ao promoverem manifestações, devem se pautar pela preservação dos direitos e liberdades dos demais cidadãos. Todavia, podem expressar-se dentro do estado democrático de direito.
Em curto momento houve realmente a interdição da via, mas os militares que estavam fazendo o acompanhamento deste manifesto fizeram a solicitação de desinterdição, o que foi acatado de imediato e de forma pacífica", conclui.