Educação no trânsito e respeito aos pedestres devem começar cedo. De preferência, ainda na infância. Segundo especialistas, para os pequenos pedestres e futuros motoristas terem uma noção correta de sua responsabilidade nas ruas é preciso empenho de autoridades, professores, pais e responsáveis.

Para o professor da disciplina de Transporte e Trânsito da universidade Fumec, Márcio Aguiar, as lições de trânsito têm sido ensinadas de forma inadequada às crianças brasileiras: a metodologia é limitada à simbologia das placas e sinais. “Assim, elas não conseguem associar as situações à vida prática e entender que suas ações terão consequências para si e para os outros”.

Conforme Aguiar, ainda quando estiverem aprendendo a andar em velotrol ou bicicletas as crianças devem entender que, se forem imprudentes, podem machucar a si e outras pessoas. “Alguns educadores falam que o sinal amarelo diz ao motorista para ter atenção, quando é uma ordem de parada. Com o semáforo verde, o motorista não tem necessariamente que passar, como muitas vezes é ensinado, e, sim, observar se o fluxo do momento lhe permite isso”.

Linguagem

O coordenador do mestrado em educação da PUC Minas, Carlos Roberto Jamil Cury, explicou que, para ensinar as regras de trânsito e o senso de respeito ao próximo de forma simples e didática, é preciso adequar a linguagem abordada ao universo de cada faixa etária.

Um método interessante é sair às ruas para pôr em prática lições aprendidas em sala de aula. Depois, os filhos devem dar uma espécie de dever de casa aos pais, questionando se eles respeitam dispositivos como a faixa de pedestres.

“É uma forma de os filhos cobrarem o bom comportamento dos pais”, acentuou. Posteriormente, segundo ele, seria adequado elaborar uma atividade em sala sobre os perigos da alta velocidade.

Anualmente, alunos do 3º ano do ensino fundamental do Colégio Magnum Agostiniano, no bairro Nova Floresta, região Nordeste de BH, desenvolvem um projeto de gentileza no trânsito que envolve toda a escola e a comunidade. Desta vez, eles ajudaram os pais a fotografar situações de desrespeito no trânsito, vão participar de debates e fazer uma blitze educativa.

“Eles pesquisaram até sobre os projetos de mobilidade urbana da prefeitura, como as obras do BRT e da Cristiano Machado”, disse a professora Regina Hosken.

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