Eletricitários entram no segundo dia de greve em Minas e realizam mobilizações

Izabela Ventura - Hoje em Dia
26/11/2013 às 16:03.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:23

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

O segundo dia da greve dos eletricitários da Cemig teve mobilizações em várias regiões de Minas Gerais. Entre as reivindicações dos 7.500 funcionários do quadro da empresa, estão um plano de prevenção a acidentes de trabalho e reajuste salarial. De acordo com o Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG), desde 1999, um trabalhador da companhia morre a serviço da companhia, a cada 45 dias, sem contar os incidentes que resultam em mutilações, amputações e queimaduras. Neste ano, cinco trabalhadores perderam a vida em acidentes de trabalho.    “A maioria das ocorrências é com funcionários terceirizados, que não têm treinamento adequado e recebem menos fiscalização para verificação das condições de segurança”, afirma o representante de base do Sindieletro-MG, Vander Meira Pereira. Os funcionários terceirizados, cerca de 17 mil, não têm sindicato único e não estão em greve, mas há possibilidade de aderirem ao movimento, conforme Pereira.   Os eletricitários querem que os acidentes de trabalho sejam prevenidos por meio da assinatura de um Pacto pela Saúde e Segurança, assinado pela Cemig e os sindicatos da categoria.   Reivindicações   O Sindieletro-MG contesta ainda a política da Cemig de repasse de dividendos para acionistas. Informações do sindicato dão conta de que foram repassados, desde o ano passado, R$ 4 bilhões para os acionistas, enquanto, para os trabalhadores, não há ganho real, apenas reposição da inflação. “O investimento e manutenção da rede também estão precários”, aponta Pereira.    Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), entre 70 e 80% dos trabalhadores estão parados. O Sindieletro-MG não soube informar a adesão da greve no Estado. Nesta terça-feira (26), aproximadamente 70 eletricitários fecharam a rua Afonso Vaz de Melo, no Vale do Jatobá, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.   Também houve concentração na base da Cemig em Betim e no São Gabriel, Nordeste da capital, onde as portarias foram fechadas e ocupadas por trabalhadores de outras unidades como Itambé, Anel Rodoviário e Nova Lima.    No interior do Estado, várias bases estão paradas, como Ataleia, Carlos Chagas e Pedra Azul (Jequitinhonha/Mucuri); Montes Claros (Norte); Uberaba, Uberlândia (Triângulo); Ipatinga (Rio Doce); Conselheiro Lafaiete e Barbacena (Central).   O Sindieletro-MG garante que, durante a greve, serviços essenciais estão sendo mantidos.   Negociação   Outras reivindicações dos eletricitários são: garantia de emprego; realização de concurso público; aumento real de 10% no salário a título de produtividade; e transferência dos trabalhadores da Cemig Serviços para a Cemig Distribuição, com o cancelamento de demissões.   Em nota, a Cemig informou que segue negociando com os sindicatos, e que alguns deles já aceitaram proposta feita pela empresa. A companhia esclarece que, apesar da greve, os serviços continuam sendo prestados a todos os clientes, sem comprometimento do fornecimento de energia e do atendimento.

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