(Alessandra Dornellas/Arquivo Hoje em Dia)
Embora o índice de infestação do mosquito transmissor da dengue tenha recuado de 3,6% para 3% em Timóteo, no Vale do Aço, o município mantém o alerta sobre o risco de epidemia da doença. Somente nos últimos 20 dias, mais de 1.500 casos suspeitos foram notificados. O levantamento foi divulgado, terça-feira (15), pela Superintendência Regional de Saúde (SRS).
Desde sábado (12), mais de 500 pessoas com sintomas de dengue passaram pelo centro de hidratação montado pela prefeitura no bairro Olaria. O índice de infestação na cidade é três vezes maior que o preconizado pelo Ministério da Saúde, que é a presença de larvas do mosquito Aedes aegypti em até 1% dos imóveis.
Na terça-feira (15), o técnico em referência de controle de endemias da Secretaria de Estado de Saúde, Juniel Scarabelli, não descartou a possibilidade de haver dengue do tipo 4 no Vale do Aço.
O vírus não é mais agressivo que os demais, mas tem maior potencial de contaminação, uma vez que poucas pessoas estão imunes a essa variante da dengue. “Já tivemos, em anos anteriores, a circulação dos tipos 1, 2 e 3”, afirmou Scarabelli.
Ele se reuniu com representantes da saúde dos municípios de Timóteo, Ipatinga e Coronel Fabriciano para traçar as ações de um plano emergencial. “Estamos definindo os trabalhos, observando os extratos das áreas com maiores índices de infestação. Já existe nesses locais uma força-tarefa do Estado”.
Limpeza
Em Timóteo, 50 agentes vasculham casas, lotes vagos e lixo em busca de focos de dengue. Três carros fumacê ajudam no combate à doença. “A situação é preocupante. Assumimos a administração com um quadro crítico. A limpeza das ruas estava suspensa. Não havia coleta de entulho e parte dos agentes que trabalham no programa de combate à dengue havia sido demitida no ano passado”, reclamou o vice-prefeito Renato Araújo. Segundo ele, somente no último fim de semana, quatro carregamentos de pneus velhos, latas e garrafas PET foram retirados das ruas.
Ipatinga, com média de infestação dos imóveis em 1,8%, também preocupa. Em alguns bairros, como o Bom Jardim e o Córrego Novo, o índice chega a 3%. Entre dezembro e 10 de janeiro, foram notificados 690 casos suspeitos. No fim de semana, a prefeitura recolheu 2.170 pneus velhos e um caminhão com garrafas plásticas e latas.