Em Belo Horizonte, desafio é reduzir a mortalidade materna

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
Publicado em 27/08/2015 às 08:45.Atualizado em 17/11/2021 às 01:31.
 (Rogério Fernandes Vasconcelos)
(Rogério Fernandes Vasconcelos)
A redução da mortalidade materna é o principal desafio a ser enfrentado pelos gestores públicos de Belo Horizonte. Atualmente, a cada 100 mil partos realizados na capital, 35 mães não resistem às complicações e morrem. A meta é reduzir esse número a 33 até o final do ano, conforme estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU), responsável pela elaboração dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), lançados em 2000.
 
Melhorar a saúde materna é um dos ODM, que prevê, dentre outros propósitos, diminuir em três quartos, de 1990 a 2015, a taxa de mortalidade de parturientes. Por enquanto, BH alcançou 97,9% desse intuito, de acordo com o Relatório 2014 dos ODM do município, divulgado nesta quarta-feira (26). O prazo máximo definido pela ONU para que os objetivos sejam alcançados é de 15 anos.
 
“Estamos bem próximos da meta. Naturalmente, daí para baixo é mais difícil reduzir, mas temos avanços a comemorar”, afirmou o prefeito Marcio Lacerda.
 
Caminho longo
 
Para o secretário adjunto nacional de Relações Político-Sociais da Secretaria Geral da Presidência da República, Geraldo Magela, essa é, de fato, uma das metas mais difíceis de serem alcançadas e exigirá bastante empenho das autoridades.
 
“O governo federal, ao elaborar programas como o Rede Cegonha, tenta dar uma resposta, mas temos muito o que fazer ainda para atingirmos esse objetivo e darmos conta do que nos foi colocado”, disse, referindo-se ao programa do SUS para melhorar o pré-natal no país.
 
Gestão pública
 
Segundo o médico membro do conselho da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) Frederico Pered, o chamado “modelo de três atrasos” justifica a dificuldade apontada para atingir a meta de redução da mortes de mulheres durante ou logo após o parto.
 
“A responsabilidade da paciente e dos familiares (desconhecimento dos riscos e doenças pré-existentes), o sistema de saúde (disponibilidade de recursos e acolhimento) e a assistência médica (conduta dos profissionais e estrutura das unidades) compõem esse modelo”, explica Pered.
 
De acordo com ele, por essas razões, a redução do índice esbarra na gestão pública. “Se não trabalharmos todas essas formas, não reduziremos o óbito materno no Brasil nem em lugar nenhum do mundo. E o trabalho precisa ser feito de forma continuada”.
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