Em julgamento conturbado, Bola é absolvido de homicídio por falta de provas

Do Portal HD
07/11/2012 às 17:18.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:58

(Eugênio Moraes)

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi absolvido da morte do carcereiro Rogério Martins Novello. O conselho de sentença, formado por cinco homens e duas mulheres, concluiu, na tarde desta quarta-feira (7), que não havia provas suficientes para incriminar o réu. O julgamento dele, que foi realizado no Fórum de Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, teve início na segunda-feira (5) e foi marcado por várias declarações polêmicas. Em uma delas, ex-chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Edson Moreira, classificou o ex-policial como “matador especializado e experiente”. Bola afirmou que não tinha nenhum envolvimento com o crime.   No próximo dia 19, Bola senta novamente no banco dos réus. Ele, o ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza e outras três acusados serão julgados pela suposta morte da modelo Eliza Samudio.   Neste terceiro dia da audiência, acusação e defesa fizeram os debates orais finais. O advogado de defesa, Zanone de Oliveira, afirmou que seu cliente poderia ser condenado pelo "retrato de monstro" que tem desde que foi preso acusado da morte de Eliza Samudio. A defesa argumentou, também, que o Bola sofre perseguição da Polícia Civil por causa de uma desavença com o delegado Edson Moreira. Por sua vez, o Ministério Público Estadual (MPE) tentou provar que o ex-policial teria sido contratado para matar o carcereiro e que ele foi reconhecido pela irmã da vítima.   Ao todo, foram ouvidas no processo cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa. O julgamento estava programado para o dia 24 de outubro, mas foi adiado devido a ausência do advogado de defesa.  Entenda o crime   O carcereiro foi assassinado em maio de 2000. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime teria ocorrido quando Bola, de dentro de um veículo, teria atirado contra o carcereiro - que estava em frente a um estabelecimento comercial onde também trabalhava. Há suspeita de que o crime tenha sido encomendado já que o acusado e a vítima não se conheciam, conforme o Ministério Público. Antes de agir, Bola teria ainda feito a observação do local onde o carcereiro trabalhava para tentar identificar a vítima. Bola foi reconhecido pela irmã do carcereiro depois de ter visto imagens do ex-policial divulgadas pela imprensa devido ao suposto envolvimento dele na morte da modelo Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. A mulher presenciou a morte do irmão.   Caso Bruno   O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola" é acusado de matar a ex-amante do goleiro Bruno a pedido do atleta. Os dois, além de Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. Bola está preso no presídio de São Joaquim de Bicas, na Grande BH, desde 2010.O júri popular do processo que apura a morte de Eliza Samudio foi marcado para o dia 19 de novembro em júri popular também no Fórum de Contagem.   Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha"; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado.   Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.   O julgamento de Marcos Aparecido dos Santos pela morte de Eliza Samudio está marcado para o próximo dia 19 de novembro. O advogado dele disse acreditar na isenção dos jurados para julgar o caso sem fazer relações com o outro processo ao qual Bola responde como réu. "Acredito na isenção dos jurados, cada caso tem suas provas e deve ser analisado de forma separada".

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