Integrantes de movimentos sociais realizaram na tarde desta quarta-feira (18) um desfile pelo centro de Belo Horizonte em prol da luta antimanicomial. A Escola de Samba “Liberdade Ainda que Tam Tam” foi o destaque do evento, que busca conscientizar e mobilizar a população contra prisões ou qualquer tipo de instituição que reproduza a lógica e as práticas manicomiais.
Segundo Humberto Verona, integrante da coordenação colegiada de saúde mental da Secretaria de Estado de Saúde, a luta antimanicomial em Minas Gerais é por mais respeito e humanização no cuidado com os portadores de sofrimento mental.
“Todos os anos nos encontramos para reafirmar nosso compromisso com uma sociedade sem manicômios. O dia 18 de maio unifica em cada cidade, em cada serviço de saúde mental e em cada coletivo de luta as comemorações pelos avanços que já alcançamos e a resistência contra os avanços sobre os direitos que conquistamos em Minas e no Brasil. O objetivo é caminhar em direção de uma sociedade sem manicômios”, ressalta Verona.
De opinião semelhante pensa Lourdes Machado, conselheira estadual de saúde e diretora do Sindicato dos Psicólogos de Minas Gerais. “Estamos vindo para a rua para dizer não a todas as formas de opressão. Nosso medo é que haja retrocesso nas políticas de direitos humanos, nas políticas sociais”, afirma.
Com o tema “Ninguém há de retroceder a nossa liberdade”, o enredo do desfile deste ano apresentou a luta antimanicomial e prestou homenagem a Marcus Vinicius de Oliveira Silva, psicólogo mineiro que foi assassinado no começo do ano em Jaguaripe, no interior da Bahia.
Ao todo, seis alas participaram do desfile: “Os desalienistas da resistência”, “Minha loucura vem de berço: por uma sociedade sem silencius”, “Não me prenda em seus trilhos que sou passarinho”, “Mais serviços para voar, menos grades para trancar”, “Dom Quixote de los errantes” e “Valentes ocupam: Marcus Vinícius, presente!”
O 18 de maio
A escolha da data para o desfile não é aleatória. Foi neste dia, em 1987 que o o II Congresso Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, que ocorreu em Bauru (SP), lançou um manifesto público que pedia a extinção dos hospitais psiquiátricos. Desde então, o 18 de maio é lembrado como Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
(*) Com informações da Agência Minas e do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais