O empresário Hugo Alves Pimenta, acusado de intermediar as mortes da Chacina de Unaí, é julgado nesta terça-feira (10) no Tribunal do Júri Federal, em Belo Horizonte. Ele é o último a sentar no banco dos réus neste caso. No início de 2004, quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego foram mortos por pistoleiros, quando investigavam denúncia de trabalho escravo em fazendas da região.
O julgamento começou por volta das 9h. O Conselho de Sentença foi composto por quatro mulheres e três homens. Este é responsável por dar o veredicto de culpado ou inocente.
O empresário, que era muito próximo dos Antério mânica, fez um acordo de delação com a Justiça em 2007 e foi arrolado como testemunha de acusação. Com isso, ganhou o direto à liberdade provisória e também à redução em dois terços da pena, caso seja condenado.
Hugo Pimenta teve o julgamento adiado, após um pedido da defesa, que argumentou que o réu não poderia ser julgado no mesmo júri em que também participaria como testemunha.
Os irmãos Antério e Norberto Mânica foram condenados como mandantes da chacina a 100 anos de cadeia, cada um. Por serem réus primários, Antério, ex-prefeito de Unaí, e o fazendeiro Norberto vão recorrer em liberdade. Os pistoleiros que executaram os fiscais foram condenados a penas que, somadas, chegam a mais de 220 anos de prisão.
Para entender:
Em 28 de janeiro de 2004, os auditores fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e o motorista Ailton Pereira de Oliveira caíram em uma emboscada na área rural de Unaí, no Norte de Minas, a 160 Km de Brasília.
Foram mortos com tiros à queima-roupa no rosto e na cabeça. Desde então, os familiares deles lutavam por Justiça e contra os sucessivos recursos apresentados pelos advogados defesa. Em um dos embates, o MPF recorreu para que o julgamento fosse realizado em BH, e não em Unaí.