Empresário italiano continuará preso após admitir que pretendia carbonizar amante mineira e filho

Amanda Paixão (*) - Hoje em Dia
04/09/2013 às 10:46.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:38

O empresário suspeito de matar a amante mineira na Itália foi novamente interrogado na manhã desta quarta-feira (4). Por mais de uma hora, Claudio Grigoletto foi ouvido pelo juiz Franscesco Nappo, do Tribunal de Brescia, que manteve a prisão dele. Entre as declarações, o suspeito admitiu que pretendia forjar um suicídio e carbonizar o corpo de Marília Rodrigues Silva Martins, de 29 anos. Grigoletto ainda contou que estava convencido de que era pai do filho que a estudante de turismo esperava, pois tinham uma relação sentimental.

Ainda nesta quarta-feira, a polícia italiana encontrou uma chave inglesa no escritório do empresário. A ferramenta tinha resíduos do tubo de caldeira, que pode ter sido adulterado provocando o vazamento de gás metano que matou a vítima. Também foi encontrada, entre as coisas do suspeito, uma nota de supermercado indicando que Grigoletto comprou ácido na manhã do dia em que a brasileira foi morta. As autoridades acreditam que, para simular um suicídio, ele teria tentado fazer Marília ingerir a substância.

A prisão do empresário, dono Alpi Aviation do Brasil, ocorreu nessa terça-feira (3), quando também foi interrogado, mas não admitiu o crime. Ele está sendo investigado por homicídio agravado, tentativa de ocultação de cadáver e de aborto. Grigoletto é casado e tem duas filhas pequenas. Para o procurador-chefe da Brescia, Fabio Salomão, o suspeito cometeu o crime para encobrir a traição e a gestação de cinco meses de Marília.

O caso
 
O corpo da mineira foi encontrado, na sexta-feira (30), dentro do escritório da Aviação dell'Alpi do Brasil, empresa de compra e venda de ultralaves, na cidade de Gambara. Ela trabalhava no local e o cadáver foi localizado por James Conzadori, chefe de Marília. Conzadori tinha ido ao escritório para levar alguns documentos e se deparou com a funcionária caída no chão.

"Eu vi uma figura no chão, dois braços estendidos. A cabeça coberta de sangue. Eu estava com medo e eu fechei (a porta) mais uma vez", disse Conzadori à imprensa de Gamabara. Ele saiu e chamou a polícia. "Quando chegamos, imediatamente fechei o medidor de gás." De acordo com vizinhos, desde a noite de quinta-feira um forte cheiro de gás exalava do escritório.
 
Por meio da posição do corpo, das feridas na testa e outros detalhes, peritos confirmaram o homicídio e descartaram uma das hipóteses de que Marília tivesse caído depois de ser acidentalmente intoxicada por um gás que escapava da caldeira de tubo do escritório. Os investigadores acreditam que o gás metano foi liberado propositalmente para encobrir o assassinato. A caldeira foi recolhida pelas autoridades locais que também encontraram na cena do crime, um frasco de ácido.

(*) Com ANSA - Agência Italiana de Noticias

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por