O empresário Jairo Cláudio Rodrigues, dono do grupo Space Minas, foi preso nesta quinta-feira (30) durante nova fase da operação "Donos do Mundo". Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as empresas comandadas pelo suspeito teriam sonegado ao menos R$ 300 milhões de impostos. Os prejuízos aos cofres públicos, contudo, podem ultrapassar R$ 1 bilhão.
A organização criminosa, conforme a denúncia, fazia triangulação de nota fiscal para fraudar Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O empresário está internado em um hospital da Belo Horizonte, onde recebeu voz de prisão. Com isso, ele permanece internado, mas agora sob escolta policial.
O irmão de Jairo, José Clébis Rodrigues e o empresário do ramo alimentício, Diego Vinícius Silva, também receberam voz de prisão. Além dos três mandados de prisão, estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e Contagem, na Região Metropolitana.
A reportagem tentou falar com os envolvidos, mas eles não quiseram se posicionar.
As 27 empresas satélites - ligadas a Space Minas - envolvidas na fraude têm sedes em Minas, São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Elas atuam desde 2007.
Participam da operação 25 agentes da Receita Estadual, da Polícia Militar e do MPMG. A ação é comandada pelos promotores Mário Higuchi e Renato Froes. Essa é a terceira fase da "Donos do Mundo", que foi deflagrada em 2014.
A operação é resultado da "Operação Concorrência Leal", deflagrada no final de 2013, que teve como alvos principais empresas localizadas na Ceasa, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
"Donos do Mundo"
No fim de novembro de 2014, a Polícia Civil deflagrou a operação “O Dono do Mundo”, quando cumpriu mandados de busca e apreensão em três unidades da empresa na Grande BH. Na ocasião, o promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária, Fábio Galindo Silvestre, informou que o grupo Space Minas fornecia mercadorias sem a emissão de nota fiscal, deixando de recolher aos cofres públicos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Os produtos eram vendidos para diversos empreendimentos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, além de Minas Gerais. Os bens do grupo, como imóveis, móveis e contas bancárias, foram bloqueados até o teto de R$ 1 bilhão. Os estabelecimentos que compravam os produtos do grupo também serão investigados, uma vez que faziam a transação sem nota fiscal.
*Com informações de Ricardo Rodrigues