Esperança de chuva para aplacar a sede no Norte de Minas

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
26/09/2012 às 08:40.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:35

(Frederico Haikal)

ESPINOSA – Enquanto as autoridades se preparam para enfrentar o período chuvoso, a seca continua a afligir milhares de mineiros, principalmente no Norte do Estado. Pelo menos 122 municípios decretaram situação de emergência em 2012. A maioria dos alertas continua vigente.

Em Espinosa, a estiagem provoca prejuízos na lavoura e mata as criações. Falta água até para o consumo humano. Desde março não chove na região. Para piorar, a barragem que abastece a cidade está praticamente seca. Na última quinta-feira, um problema técnico na estação de tratamento causou desabastecimento.

O cenário é desértico. A reportagem do Hoje em Dia percorreu diferentes pontos do município e flagrou situações que comprovam o caos gerado pelo longo período de estiagem. A vegetação seca avança sobre o cerrado. O verde é raro, quando poucas espécies resistentes ao forte calor e a falta de água ainda sobrevivem. Carcaças de animais, especialmente de bois e vacas, são encontradas aos montes.

Drama

Enquanto a distribuição não volta à normalidade, homens, mulheres, crianças e idosos se aglomeram em volta de caminhões-pipa. Após o abastecimento prioritário de escolas, creches e unidades de saúde, a população, principalmente da zona rural, disputa a água.

Quando o veículo aparece, a confusão é generalizada, no estilo vale-tudo. Baldes, galões, latas de tinta, bacias e garrafas pet. O importante é ter um recipiente em mãos.

Racionamento
 
Sem forças para entrar na disputa, a aposentada Amália Pereira de Jesus, de 87 anos, conta com ajuda de filhos e netos. “Na verdade, falta água para tudo, logo, a quantidade que consigo tem que ser bem utilizada. Além de cozinhar, temos que tomar banho, lavar roupas, panelas e ainda guardar um pouco para beber”.

Observadora, a idosa a- credita que essa é a pior seca dos últimos 50 anos. “Espero que, até o próximo fim de semana, volte a chover. Já sou velha e calejada. Minha maior preocupação é com as crianças. Não sei até quando elas podem aguentar”, diz Amália.

Mãe de dois meninos, de 5 e 10 anos, a auxiliar de serviços gerais Ângela Silva, de 30, também sofre com a escassez de água. “Não tenho coragem nem de mandar as crianças para a escola sem banho e com as roupas imundas”. Desde o início do mês, a Defesa Civil se reúne para planejar as ações no período chuvoso
 


 

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