Estacionamento é novo teste contra ‘maldição’ em prédio do Centro de BH

Carlos Calaes - Do Hoje em Dia
18/07/2012 às 14:19.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:39

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Um espaço de 10.800 metros quadrados no centro de Belo Horizonte, onde já funcionaram grandes lojas de departamento e dois luxuosos shoppings, ficou abandonado por alguns anos e, agora, está em obras para abrigar um moderno estacionamento. É mais uma tentativa de, com tecnologia de ponta e boa administração, vencer um histórico lúgubre, de crendices e assombrações, que estariam impedindo, há anos, que qualquer empreendimento tenha sucesso no local. Trata-se da área anexa ao Edifício Santa Maria, na rua da Bahia, 1.022, onde, como ressalta a moradora Dolores da Conceição Prates, de 72 anos, “nada vai pra frente”. Segundo ela, uma senhora muito idosa teria lhe confidenciado que no local havia um cemitério.

“Dizem também que enterraram uma caveira de burro no terreno e mesmo com as escavações, ela não foi encontrada”, afirma Dolores, entre sorrisos. Há outra “lenda” relacionada ao imóvel: uma moça identificada como Carminha teria se suicidado no local, após encontrar o noivo nos braços de outra mulher.
Mas a história mais antiga remonta a 12 de dezembro de 1897, data da fundação de Belo Horizonte. Na ocasião, uma família humilde teria sido retirada do prédio, onde seus antepassados viveram, totalizando mais de 200 anos de ocupação, sem nenhuma indenização. Um homem teria rogado a praga de que nada que fosse construído ali iria dar certo. A superstição, que daria até um enredo de filme, só o tempo confirmará. A Estapar, líder na América Latina no ramo de estacionamentos, vai assumir a administração do edifício.

A empresa administra 825 estacionamentos em 68 municípios de 14 Estados. As obras estão em curso e o novo empreendimento deve entrar em operação ainda este ano. A entrada será pela rua Espírito Santo, 1.009, onde funciona, há dez anos, um cursinho pré-vestibular. Este parece imune à maldição.
O Hoje em Dia tentou contato com o gerente de marketing da Estapar em BH, identificado apenas como Amauri. O gerente não retornou as mensagens enviadas ao telefone celular dele.

O proprietário do imóvel também não retornou o contato feito pela reportagem. Segundo um funcionário que estava no local, além de receber o estacionamento, o prédio será revitalizado. Ele não quis revelar se outro empreendimento será instalado no imóvel.
Para o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Arquitetos de Minas Gerais (IAB-MG), Ricardo Lana, com a degradação, o Centro de BH está desvalorizado. “Só o tempo dirá se o estacionamento dará certo”, avalia.

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