Estado e PBH discutirão ampliação de leitos para Covid-19 na capital

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
Publicado em 15/06/2020 às 13:56.Atualizado em 27/10/2021 às 03:46.
 (Reprodução/ Facebook)
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Diante do aumento no número de casos de Covid-19, com alta de 45% em 10 dias em Minas, e buscando evitar uma sobrecarga nos hospitais de Belo Horizonte, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG) informou, em coletiva na tarde desta segunda-feira (15) (assista aqui), que se reunirá, ainda nesta semana, com a Prefeitura de Belo Horizonte para discutir a ampliação de leitos na cidade, incluindo a possibilidade de entrada em funcionamento do Hospital de Campanha do Expominas, na Gameleira, na região Oeste de BH.

Também nesse encontro está prevista a discussão sobre a padronização da divulgação dos bancos de dados sobre ocupação de leitos da Secretaria Municipal de Saúde e da SES-MG, de forma a evitar dados atrasados sobre o número efetivo de vagas na rede de saúde. 

Conforme Carlos Eduardo Amaral, secretário de Estado de Saúde, houve uma conversa breve, na semana passada, com o secretário municipal de Saúde de BH, Jackson Machado, sobre as avaliações da prefeitura referentes à pandemia e a possibilidade de ampliação de leitos. Ainda sem data definida, a expectativa é que o encontro ocorra nesta semana.

"É muito importante nós vermos todos os dados e termos uma ideia da ampliação de leitos que será necessário, o quanto de leitos será necessário. E, também, nós precisamos ter uma ideia da programação do isolamento. A única forma de evitarmos o aumento dos casos e a sobrecarga da demanda assistencial é o isolamento adequado. Isso em todo o estado de Minas Gerais", declarou.

Ainda conforme Amaral, a ampliação de vagas para atendimento médico será feita - quando assim for decidido - em esquema que priorizará as possibilidades "mais fáceis", utilizando leitos dos hospitais da Fhemig, como Eduardo de Menezes e Júlia Kubitschek, ambos no Barreiro, além de outros centros médicos da rede e que, conforme afirmou Amaral, "têm condição de abrir mais facilmente".

Somente após esgotadas essas aberturas, segundo o gestor, é que seriam tratadas as vagas nos hospitais de Campanha, em BH e em Betim, na Região Metropolitana da capital. A gestão dos ambientes, incluindo a contratação de Recursos Humanos, será feita pelas Organizações Sociais (OS's). No início do mês, a SES-MG divulgou que a gestão dos centros médicos de retaguarda será feita de forma compartilhada

Dados integrados entre BH e SES-MG

Também durante coletiva nesta tarde, o chefe da SES-MG explicou que deverá ser tema da reunião com a Secretaria Municipal de Saúde de BH a integração dos bancos de dados sobre ocupação de leitos na capital mineira. O objetivo é evitar divergências entre números da SES-MG e da Prefeitura e permitir uma gestão mais adequada da necessidade e de eventuais ações conjuntas.

"Dentro dessa reunião nós buscaremos um acordo sobre como avaliar e em que momento do dia nós faremos o fechamento dos números na SES-MG. Isso tem importância porque existem vários bancos de dados: a Secretaria Municipal de Saúde (de BH) tem os bancos de dados dela, nós temos no SUS-Fácil um outro banco de dados. Esses leitos, nem sempre os que estão na Secretaria Municipal de Saúde são aqueles que são visíveis pelo SUS-Fácil do Estado. É importante que nós venhamos a alinhar completamente esses dados para trazer mais segurança à população", afirmou Amaral.

Abertura de leitos em Ipatinga

Com ocupação de leitos próxima do máximo em Ipatinga, no Vale do Aço, a SES-MG informou que, no momento, não estuda a abertura de um hospital de campanha na cidade para atendimento de casos na região. Segundo o secretário adjunto de Saúde, Marcelo Cabral, a programação é para que, caso haja necessidade, os cidadãos do município e do Vale utilizem os hospitais do Expominas e de Betim. 

"O hospital de campanha do estado de Minas Gerais é aquele que temos hoje no Expominas e de Betim e que estará, caso seja necessário, tomara que nós não precisemos dessas unidades, mas, vocacionado para receber as pessoas do Estado e estando a SES-MG atenta, caso também se faça necessário o deslocamento dessas pessoas", afirmou Cabral. 

O gestor ainda informou que é preciso atenção aos dados de ocupação de leitos devido à dinâmica dos bancos. "Há a consolidação dos dados no dia anterior, às 23h59. Então, muitas vezes, aquilo que indica a ocupação de um leito, no dia seguinte já não retrata a realidade", explicou.

Como ações de combate à transmissão da Covid-19 na região, Cabral relembrou que a SES-MG segue em reuniões com os prefeitos e secretários de saúde dos municípios, o que provocou o recuo de índices de contágio da doença nesses locais. Além disso, a pasta relembrou que empenha esforços para ampliação e habilitação de leitos, estruturação da rede e disponibilização de respiradores. 

"É importante destacar, também, a necessidade de observância do programa Minas Consciente. A retomada das atividades tem que ser gradual e responsável porque, do contrário, esses objetivos acabam se frustrando", finalizou. O Minas Consciente é o programa do Governo de Minas para a flexibilização controlada do isolamento social. Saiba mais aqui.

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