Ribeirão das Neves

Estado exonera diretores de presídio onde 7 detentos morreram por suposta overdose da 'droga zumbi'

Secretaria de Segurança investiga o caso, mas nega que mudança tenha relação com os óbitos

Bernardo Haddad*
@_bezao
Publicado em 16/04/2024 às 13:47.Atualizado em 16/04/2024 às 13:59.
Diretores foram exonerados após a morte de sete detentos com suspeita de overdose após consumir drogas da família "K" (Google Street View)
Diretores foram exonerados após a morte de sete detentos com suspeita de overdose após consumir drogas da família "K" (Google Street View)

Dois diretores do presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, foram exonerados. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) nesta terça-feira (16). 

O desligamento ocorre após a morte de sete detentos no início deste abril. A principal suspeita é de que os óbitos tenham sido provocados por overdose de entorpecentes da família "K", também conhecidas como "drogas zumbi".

A Sejusp investiga o caso, mas nega que a mudança de diretores tenha relação com as mortes. “A troca dos gestores já estava prevista pelo Depen-MG, como parte das inúmeras atividades de gestão administrativa prisional. A saída dos gestores não está relacionada a qualquer fato ocorrido no presídio, como o óbito de detentos”, informou a pasta. 

No presídio Antônio Dutra Ladeira, também em Ribeirão das Neves, outros seis detentos morreram, entre dezembro do ano passado e março deste ano, supostamente pela overdose.

“Droga zumbi”

O nome "droga zumbi" se deve ao fato de que o entorpecente causa efeitos graves, chegando a resultar em alterações mentais. Dentre elas, paranóia e alucinações. O usuário também apresenta severas contrações musculares, convulsões e complicações que podem levar à morte.

A substância é colocada em um papel e levada às cadeias escondida no corpo de visitantes. "É uma droga tratada no exterior como zumbi porque paralisa o sistema central das pessoas. Para nós, ela é muito grave, pois altera o ambiente carcerário, deixa os presos agressivos. E os que passam mal acabam nos forçando a montar uma logística de escolta que desfalca os quadros nas unidades prisionais", disse Jean Otoni, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG).

*Estagiário sob supervisão de Renato Fonseca 

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