Dois diretores do presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, foram exonerados. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) nesta terça-feira (16).
O desligamento ocorre após a morte de sete detentos no início deste abril. A principal suspeita é de que os óbitos tenham sido provocados por overdose de entorpecentes da família "K", também conhecidas como "drogas zumbi".
A Sejusp investiga o caso, mas nega que a mudança de diretores tenha relação com as mortes. “A troca dos gestores já estava prevista pelo Depen-MG, como parte das inúmeras atividades de gestão administrativa prisional. A saída dos gestores não está relacionada a qualquer fato ocorrido no presídio, como o óbito de detentos”, informou a pasta.
No presídio Antônio Dutra Ladeira, também em Ribeirão das Neves, outros seis detentos morreram, entre dezembro do ano passado e março deste ano, supostamente pela overdose.
“Droga zumbi”
O nome "droga zumbi" se deve ao fato de que o entorpecente causa efeitos graves, chegando a resultar em alterações mentais. Dentre elas, paranóia e alucinações. O usuário também apresenta severas contrações musculares, convulsões e complicações que podem levar à morte.
A substância é colocada em um papel e levada às cadeias escondida no corpo de visitantes. "É uma droga tratada no exterior como zumbi porque paralisa o sistema central das pessoas. Para nós, ela é muito grave, pois altera o ambiente carcerário, deixa os presos agressivos. E os que passam mal acabam nos forçando a montar uma logística de escolta que desfalca os quadros nas unidades prisionais", disse Jean Otoni, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen-MG).
*Estagiário sob supervisão de Renato Fonseca