Quem transita pela região Central de Belo Horizonte poderá voltar a apreciar as estátuas dos escritores mineiros Carlos Drummond de Andrade, Henriqueta Lisboa, Murilo Rubião, Pedro Nava e Roberto Drummond. As esculturas de bronze foram devolvidas às ruas da capital pela Prefeitura, neste sábado (11), após passarem por restauração.

"Resgate da cultura de BH. Estamos entregando a revitalização do Centro, e trazer uma forma de fazer BH mais feliz é trazer de volta essas estátuas que foram tão agredidas e vandalizadas”, afirmou o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD).

Segundo ele, um esquema de segurança foi montado para evitar que as esculturas voltem a ser alvo de vandalismo. “Quero pedir à população que evite causar algum dano porque custa dinheiro dos impostos. Para evitar isso, nós fizemos um trabalho de segurança. Agora, se a pessoa aproximar com intuito de vandalizar, um alarme será acionado e a Guarda Municipal vai fiscalizar. Tem uma câmera instalada direto no COP (Centro Integrado de Operações) de forma que as forças de segurança vão conseguir agir rápido”, explicou.

O evento desta manhã marcou a reativação do Circuito Literário de Belo Horizonte. Acompanhado de lideranças, inclusive do presidente da Câmara Municipal, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), o prefeito da capital iniciou o trajeto na praça Professor Alberto Deodato (rua Goiás, esquina com rua da Bahia), em frente às esculturas de Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava.

Em seguida, o grupo seguiu para a escultura de Murilo Rubião, nos jardins da Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais (Praça da Liberdade, 21).

Na sequência do tour, foi celebrado o retorno das esculturas localizadas na Savassi: de Roberto Drummond (quarteirão fechado da rua Antônio de Albuquerque) e Henriqueta Lisboa (rua Pernambuco, altura do nº 1336), onde o trajeto foi encerrado.

Restauração 
O percurso foi acompanhado pelo escultor Leo Santana, autor das obras, que contou que precisou se reinventar para restaurar as esculturas feitas por ele há 20 anos.

“Todas passaram por processo de limpeza. Algumas sofreram vandalismo; Drummond perdeu a mão e Henriqueta Lisboa perdeu as duas mãos e foi pichada. Para mim, foi um desafio porque em 20 anos eu mudei meu trabalho, então tive que me reaprender para fazer algo uniforme”, contou o artista plástico.

Modernização
De acordo com a PBH, para que os cidadãos possam conhecer melhor as personalidades, as esculturas foram reinstaladas com sinalização interpretativa e conteúdo compartilhado em uma plataforma digital. Por meio de QR Codes, que foram aplicados nas placas, os visitantes podem interagir com as obras e acessar os conteúdos educativos em português e inglês.

Para a secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, a iniciativa contribui para a promoção da cultura e do patrimônio histórico, fortalece a identidade e o sentimento de pertencimento da população, além de incentivar a caminhada e a descoberta de novos espaços através de um roteiro gamificado.

“Estes escritores representam a história e parte da memória da cultura literária de Belo Horizonte e do país. Para a Prefeitura de Belo Horizonte, trazer de volta essas esculturas que já fazem parte da paisagem urbana, totalmente recuperadas, é refazer a ligação desse convívio cotidiano e lúdico com a cidade. Nossa proposta é potencializar o Circuito Literário de Belo Horizonte, destacando a memória e a vocação literária da capital”, afirmou a secretária.

Conforme a Prefeitura, foram investidos cerca de R$ 200 mil no processo de recuperação das estátuas de bronze e em ações educativas.

Leia mais:

Dois celulares são tomados por bandidos por hora em BH; crimes saltaram 24%
Incêndio destrói cinco veículos em garagem de empresa de transportes em Mariana

Compartilhar