Estiagem prolongada em Minas "seca" lago de Furnas

Patrícia Santos Dumont - Do Hoje em Dia
02/11/2012 às 12:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:49
 (CARLOS ROBERTO)

(CARLOS ROBERTO)

O reservatório de Furnas, no Sul do Estado, fechou outubro com a menor capacidade desde 2001: 28%. O esvaziamento do “mar de Minas”, como é conhecido, só não perdeu para o registrado há 11 anos, 18%. A situação mais crítica, porém, aconteceu em 1999, quando a hidrelétrica operou com 3,5% do volume total. Não há risco de falta de energia.

Além de movimentar as turbinas de Furnas, responsável por 15% do abastecimento nacional, o lago alimenta o turismo na região e é fonte de renda de vários empreendimentos no entorno.

O nível da água é medido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Com a baixa, moradores, comerciantes e produtores contam os danos provocados sobretudo pela falta de chuva na região.


Prejuízo
 
Em Alfenas, no Sul de Minas, um dos 34 municípios banhados pelo lago, os transtornos refletem na vida dos piscicultores.

Maria do Carmo Lima Novaes, de 52 anos, que cria peixes há seis com o marido, os filhos e duas noras, perdeu 30 toneladas de pescado em decorrência da redução do volume de água no reservatório.

A renda da família caiu pela metade e a produção, mesmo reduzida, é vendida a preços baixos. “Foi preciso tirar muitos tanques da água e levar os que restaram para mais perto do centro do lago. Fica complicado deslocar alguém para cuidar da criação tão longe”, lamenta.


Alarmante
 
A abertura das comportas da represa, responsável por 70% da bacia do rio Grande, a principal das regiões Sudeste e Centro-Oeste, também é apontada pelo secretário-executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), Fausto Costa, como um agravante da situação. “Elas foram abertas para atender ao abastecimento, mas isso, associado à falta de chuva, fez com que o nível da água caia cerca de 20 centímetros por dia. É realmente alarmante”.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda foi 58% mais acentuada. Em outubro de 2011, Furnas operou com 66,3% da capacidade. Procuradas pelo Hoje em Dia, a Eletrobras e a ONS não indicaram fonte para comentar o assunto
 
Saiba mais sobre a situação do lago de Furnas na Edição Digital.

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