Estudantes colhem os benefícios das bolsas de estudo no exterior

Raquel Ramos - Hoje em Dia
20/06/2014 às 07:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:04

(Arquivo Pessoal)

Aluna de engenharia química, Daniela Bonfim, de 27 anos, teve a chance de ampliar os conhecimentos em uma experiência fora do país. Por dez meses, estudou na Universidade de Coimbra, em Portugal, realizando parte do curso em uma das mais tradicionais instituições de ensino superior do mundo, tudo isso sem precisar tirar dinheiro do próprio bolso. Tanto o ensino quanto gastos com moradia e alimentação foram bancados por meio de uma bolsa de estudos.   Os passos seguidos pela jovem, acadêmica da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), são cada vez mais comuns entre os estudantes do ensino superior. Graças à ampliação de programas que oferecem bolsas de estudos, gente que antes não poderia se dar ao luxo de estudar longe do Brasil, agora, tem se aventurado em universidades internacionais.   “Em Coimbra, os laboratórios eram mais bem equipados. Assim, aprendi, na prática, algumas disciplinas que, no Brasil, fiquei apenas na teoria. Se eu não tivesse saído do país, essa experiência precisaria de ser adquirida dentro de uma empresa, durante um estágio”, afirma Daniela. Prestes a completar o curso, ela está confiante que a experiência adquirida por meio do Ciência sem Fronteiras será um diferencial importante na hora de entrar no mercado de trabalho.   Lançado em 2011, o programa, do governo federal, garantiu a mais de 50 mil alunos das áreas de ciências exatas e saúde a experiência de passar uma temporada no exterior dedicada aos estudos.   Em um país marcado por deficiências na educação, a iniciativa tem sido uma alternativa para melhorar a qualidade do ensino dos brasileiros, garante a assessora de Relações Internacionais da PUC Minas, Rita Louback. “O governo tem patrocinado o estudo desses alunos, para que possam ter uma vivência única em países onde a tecnologia é de ponta. Isso garante maior conhecimento em ciência e tecnologia, algo que ainda é incipiente no Brasil”. Reitor da Universidade Fumec, Eduardo Martins de Lima acrescenta que, mais que ter a chance de aprender em uma excelente faculdade, os intercâmbios de estudo trazem uma bagagem cultural valorizada nas empresas.   Ensino Médio   As bolsas de estudo não se resumem a viagens internacionais. Há projetos – como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec) e Emprego e Programa de Educação Profissional (PEP) – que miram alunos do ensino médio e dão a eles a oportunidade de conciliar o estudo com um curso técnico.   Juntos, os dois projetos foram responsáveis por custear os estudos de mais de 270 mil alunos mineiros, desde 2008. Natanael Diogo Evangelista, de 16 anos, faz parte desse número. Desde 2013, estuda mecânica industrial por meio do Pronatec. “Mudei minha visão sobre os estudos. Levo as aulas a sério e penso em entrar logo no mercado de trabalho, para ajudar a família. Enquanto trabalho, vou pensando sobre a melhor escolha de curso para o ensino superior”, diz.   Há pesquisas que comprovam a eficiência das iniciativas. “Os relatórios mostram que há uma demanda no mercado de trabalho por esses profissionais. Outros mostram que os alunos desses programas acabam tendo um rendimento melhor na sala de aula”, explica o superintendente de Desenvolvimento da Educação Profissional do Estado, Rafael Morais.   Oportunidade nas particulares   Além dos programas públicos de concessão de bolsas, há universidades que também investem em programas de intercâmbio e oferecem vantagens financeiras aos alunos. Por meio do projeto Acordo Bilaterais, a PUC Minas tem parcerias com 170 universidades do mundo inteiro. A cada semestre, 400 vagas são disponibilizadas.  A universidade garante os estudos. Por outro lado, o aluno arca com as despesas de moradia e alimentação.   Iniciativa semelhante existe na Universidade Fumec, que já conta com mais de 30 parcerias com faculdades estrangeiras.  Em alguns casos, os alunos precisam pagar uma mensalidade, mas o valor cobrado é menor.

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