Um estudo inédito vai apontar o número de espécies de morcegos que habitam os fragmentos de Mata Atlântica do Parque Nacional do Caparaó, que fica na divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo. O levantamento inédito é feito pelo professor de zoologia da Faculdade Vale do Carangola (Favale) – Unidade Associada a UEMG, Alessandro Brinati, e deve ficar pronto no fim do ano que vem. Até lá, além das espécies, o pesquisador quer analisar os hábitos alimentares dos mamíferos.

O relatório preliminar do estudo, que começou em meados do ano passado, identificou oito novas espécies de morcegos para a área do parque. Desse total, duas sequer foram identificadas e podem se tratar de um novo registro do mamífero para a região ou no Estado.

Os animais são capturados por meio de redes armadas em dois pontos estratégicos do parque, e depois de analisados, os animais são soltos novamente. As armadilhas são instaladas sempre no período de 18 horas à meia-noite e a cada 15 minutos são conferidas.

Ecossistemas

“Além de catalogarmos as espécies, estamos fazendo análises das fezes desses animais e temos encontrado boa variedade de sementes. É um bom indicativo, porque depois de se alimentar de frutos da mata os morcegos dispersam as sementes por meio das fezes, influenciando diretamente a dinâmica e manutenção dos ecossistemas naturais”, disse Brinati lembrando que o mamífero chega a voar até 20 quilômetros durante uma noite.
“Além de bons dispersores de sementes, os morcegos polinizam várias árvores frutíferas e comem insetos noturnos” observou Brinati.

Até então, o único estudo sobre a quantidade de morcegos no parque do Caparaó havia acontecido no início dos anos 2000, quando foi feito estudo de manejo da área. Na época, foram identificado apenas três espécies de morcegos. Os mamíferos encontrados até agora são, na maioria, o tipo frutífero (alimentam-se de frutos), insetívoros (alimentam-se de insetos) e nectarívoros (alimentam se de néctar).

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