Ex-delegado acusado de matar namorada tem pedido de Habeas Corpus negado

Hoje em Dia
15/09/2014 às 14:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:12

O ex-delegado Geraldo do Amaral Toledo Neto, acusado de matar a tiros a namorada adolescente, teve um novo pedido de Habeas Corpus negado pela Justiça de Minas. No pedido, o réu alegou ter sido impedido de recorrer em liberdade da sentença de pronúncia sem fundamentação razoável.    A defesa sustentou que o ex-policial sofria constrangimento ilegal, já que não ameaçou nenhum testemunha nem ofereceu obstáculo à instrução do processo. Afirmou, também, que Geraldo Toledo se apresentou à corregedoria da Polícia Civil no dia seguinte aos fatos.    No entanto, ao analisar o caso, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais voltou a negar a liberdade. O relator, desembargador Renato Martins Jacob, considerou que a sentença proferida pela juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque Silva, da Vara Criminal de Ouro Preto, havia sido bem fundamentada.   Para justificar a decisão, o magistrado citou o "instinto violento" do ex-policial. O desembargador recordou que o ex-delegado já havia agredido e ameaçado a vítima anteriormente. Além disso, o acusado fugiu depois que abandonou a jovem, com quem mantinha um relacionamento amoroso, em um hospital na cidade de Ouro Preto.   “Não bastasse, como bem destacou a nobre magistrada de primeiro grau, o paciente à época dos fatos já era homem experiente, com 40 anos de idade e delegado de polícia do Estado de Minas Gerais, o que torna sua conduta ainda mais censurável, na medida em que a sua qualificação profissional haveria de lhe conferir mais sensibilidade pela segurança e vida alheias”, declarou.    Os desembargadores Nelson Missias de Morais e Matheus Chaves Jardim acompanharam o relator.   Homicídio   Amanda Linhares foi baleada na cabeça no dia 14 de abril de 2013, em Ouro Preto. Na data, testemunhas informaram que o delegado e a garota teriam discutido dentro do carro do Geraldo Toledo momentos antes de ela ser ferida.   Segundo a Polícia Civil, essa não foi a primeira vez que o delegado teria agredido a jovem. Conforme a assessoria de comunicação da corporação, em março deste ano, Geraldo Toledo chegou a ser indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressão contra a jovem.   Amanda, de 17 anos, morreu na noite do dia 3 de junho, após ficar 51 dias internada no Hospital Pronto-Socorro João XXIII. A causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória. O corpo da adolescente foi velado e enterrado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas.   Crimes   O ex-delegado é investigado também por ter cometido infrações para registrar e licenciar duas motocicletas com motores e chassis irregulares. Geraldo Toledo também responde no processo por Adulteração de Sinal Identificador de Veículo Automotor, Receptação e Formação de Quadrilha. 

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