Ex-guarda é condenado a 11 anos de prisão por tentar matar ex-namorada

Pedro Rotterdan - Do Hoje em Dia
10/10/2012 às 20:34.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:59
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

O ex-guarda municipal Anderson Lúcio da Silva foi à júri popular nesta quarta-feira (10), pela segunda vez, para responder por tentativa de homicídio contra ex-namorada Tatiane Angélica Alves Pereira. O crime ocorreu em dezembro de 2007. Ele já havia sido condenado, em janeiro de 2011, a 18 anos de prisão pelo mesmo crime e pelo assassinato da ex-sogra Maria Auxiliadora Alves.  A pena pela tentativa de homicídio que no primeiro julgamento era de quatro anos passou para 11, elevando a condenação de 18 para 25 anos de reclusão. A defesa ainda pode recorrer da sentença.   Após o primeiro júri, O advogado de defesa, Alaor de Almeida Castro pediu a anulação de uma das decisões, alegando que Anderson teria se arrependido do crime, já que pediu socorro após balear mãe e filha.    O defensor tinha a intenção de desqualificar a tentativa de homicídio passando para lesão corporal. Ele se baseou no artigo 593 do Código Penal, o que possibilita apelar da decisão dos jurados. O desembargador da 4ª Câmara Criminal de Tribunal de Justiça, Delmival de Almeida Campos, entendeu que o argumento era válido.   Tatiane estava visivelmente abalada emocionalmente e chorou várias vezes durante o depoimento. Ela definiu Anderson como responsável por acabar com o ambiente familiar que tinha. “Ele é o homem que matou a minha mãe e destruiu minha família. Carrego para sempre isso. Coloquei esse homem dentro da minha casa para destruir minha família”, disse Tatiane, que só se referia a Anderson chamando-o de réu.   Para provar que ele tinha intenção de matar as duas, o advogado e assistente de acusação, Ércio Quaresma, mostrou a arma usada na morte de Maria Auxiliadora. “Eu estava no meu quarto, ouvi um barulho e quando levantei para ver o que era deparei com o réu com a arma. Ele tentou me entregar mas eu não quis pegar. Caí no chão e ele atirou em mim. Só depois eu consegui ver que ele já tinha atirado na minha mãe. Mesmo ferida tentei fazer massagem cardíaca, mas já era tarde demais. Depois ele tentou se matar”, afirmou Tatiane.   Em seguida, Tatiane chorou novamente, caiu no chão e ficou desacordada durante alguns minutos, ficando sob cuidados médicos. Ela voltou para o júri momento antes de começarem as considerações finais de cada uma das partes.  

Tatiane Angélica passou mal durante o julgamento (Foto: Ricardo Bastos)   Frieza assusta promotor de justiça    Durante todo julgamento, Anderson Lúcio da Silva se manteve praticamente estático e sem expressar qualquer tipo de emoção. Mesmo ao ver a ex-namorada caída, depois de passar mal, o acusado não se moveu. O promotor Marino Cotta chegou a perguntar se ele não estava abalado. “Não estou sendo frio. Pode pedir para um médico vir me examinar. Estou quente”, disse ele em tom irônico.    Anderson disse estar arrependido e que em momento algum planejou assassinar a mãe e filha. “Eu queria me matar na frente dela e causar um trauma. Mas saí do controle. Pulei o muro da casa, encontrei a Maria, ela tentou tirar a arma da minha mão e eu acabei efetuando o disparo. O tiro que atingiu a Tatiane foi acidental. Não queria matar ninguém. Tanto que liguei para a polícia pedindo socorro. Estava fraco emocionalmente”, disse ele. 

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