Pesquisadores de Minas Gerais estão reunidos nesta segunda-feira (6) para elaborar estratégias para que a pesquisa acadêmica extrapole os muros das universidades. O objetivo é ensinar professores como montar projetos de pesquisa para concorrer a financiamentos de órgãos estrangeiros.
O primeiro workshop internacional "Researchers Connect Persuasive Proposals" acontece na Faculdade Promove, em Belo Horizonte, no campus João Pinheiro. O evento é ministrado pela professora Sandra Sparks, da Universidade de Warwick, na Inglaterra, representante do British Council, e tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
"Nós veremos técnicas que são essenciais para pesquisadores acadêmicos. Vamos aprender como escrever resumos e propostas de projetos de pesquisa e também como trabalhar em projetos colaborativos", explica a representante do British Council.
A professora Rosângela Silqueira Hickson, coordenadora do mestrado profissional em Tecnologias aplicadas à saúde, destaca que é importante que as universidades brasileiras internacionalizem as pesquisas e estabeleçam diálogo com órgãos internacionais. "Temos muito o que aprender com o que é feito no exterior. Não só em questão de financiamento, mas é bom ter a ajuda de outras pessoas que estão em um ponto mais avançado. Conseguir recursos no Brasil é muito difícil e os órgãos do exterior têm muitas verbas para destinar a países emergentes. Eles estão nos ajudando, não só com dinheiro, mas a aprender a fazer, porque a tecnologia é muito mais avançada que a nossa", diz.
Cronograma
O evento acontece desta segunda (6) a quarta (8), de 9h às 17h, com patrocínio da British Council, Fapemig, Única Educacional e mestrado em Tecnologias aplicadas à saúde da Faculdade Promove de Tecnologia. Ele é aberto a todos os pesquisadores do grupo Única/Soebras de Minas Gerais. Para participar, o pesquisador precisa ter doutorado e inglês nível B2, uma vez que os trabalhos serão em inglês.
O que motivou a realização do workshop foi a necessidade de busca de recursos para a pesquisa em outros países, uma vez que as perspectivas de aportes na pesquisa no Brasil não são positivas. Caminho inverso ao seguido pela União Europeia, que tem hoje 8 bilhões de euros a serem aplicados em projetos de pesquisa elaborados por pesquisadores de países emergentes.
O Promove terá ainda neste ano outros três eventos internacionais, sendo um em maio e outro no segundo semestre.