Pelo menos 100 mil processos estão parados nas comarcas do interior e de Belo Horizonte. O motivo é que os juízes precisam do laudo de peritos para dar a sentença. Os casos referem-se a pessoas que recorreram à Justiça, mas não têm dinheiro para pagar pela perícia. Em Minas, não há lei determinando que o poder público assuma essa despesa. Por ano, seriam necessários R$ 6 milhões para bancar o serviço, conforme estimativa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A presidente da Associação dos Peritos Judiciais, Árbitros, Conciliadores e Mediadores de Minas, Lilian Prado Caldeira, explica que o juiz precisa do laudo em processos envolvendo dívidas bancárias, juros de operadoras de cartão de crédito e ações de paternidade. Há, no Estado, cerca de 4 mil profissionais. O laudo de uma ação de média complexidade custa, em média, R$ 2 mil. Segundo a presidente da associação, um projeto que está parado desde o ano passado na assembleia legislativa poderia resolver o problema. O motorista João dos Santos Moura, de 55 anos, aguarda desde 2011 parecer da Justiça sobre uma dívida bancária que hoje supera R$ 20 mil. “Com juros sobre juros, não tive como pagar o cheque especial e hoje estou sem crédito. O meu advogado disse que o valor da dívida cairia para R$ 4 mil com o laudo de um perito”. A assessoria de imprensa do TJMG informou que, por determinação do Conselho Nacional de Justiça, foram reservados R$ 2,5 milhões para as perícias. Ajuda Outra providência adotada pelo TJMG na tentativa de resolver o problema é firmar convênios com entidades. Uma das parcerias será com a Escola de Medicina da UFMG, para laudos periciais referentes a processos na área da saúde. Também estão sendo negociados convênios com conselhos e institutos que agregam esses profissionais. Um deles foi fechado com a Justiça Federal, para onde serão encaminhados casos da Justiça estadual. Leia maia na http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/login/93