Família cobra Justiça após morte de mulher em centro de saúde de São José da Lapa

Rosiane Cunha e Liziane Lopes
rcunha@hojeemdia.com.br e llopes@hojeemdia.com.br
20/07/2018 às 16:49.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:31

(Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil investiga a morte de uma mulher de 32 anos no Centro de Saúde Municipal Dr. Luiz Issa, no bairro Dom Pedro, em São José da Lapa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Rosiane Viana e Silva morreu no dia 10 de maio, dar entrada na unidade com dores abdominais, vômitos e febre. A mãe dela, a ambulante Rosane Melo Viana, denuncia negligência médica. "Estou sofrendo muito com o descaso que nós duas passamos até ela perder a vida", diz a mãe.

Segundo Rosane, no primeiro atendimento, apesar das fortes dores abdominais, a filha foi liberada após 3 horas. Cerca de quatro horas depois, a mulher procurou mais uma vez o atendimento na unidade, onde ficou internada por cerca de oito horas.

A Secretária de Saúde do município, Maria Luiza Cunha, informou que Rosiane foi atendida no dia 10 de maio, 0h56. E segundo informações do prontuário médico, voltou à unidade por volta das 7h da manhã. De acordo com a secretária, no primeiro atendimento, a paciente apresentava febre, cefaleia, enjoo e diarreia e foi imediatamente examinada e medicada. Depois voltou com os mesmos sintomas e dor abdominal. Foi medicada novamente e passou por exames de sangue e urina. Mas o resultado só saiu cerca de 7 horas depois. "Também foram realizados testes clínicos para ver se era apendicite e se o quadro seria cirúrgico. Então ela foi mantida no leito com soro".  

Já a mãe conta que a filha passou esse tempo todo tomando apenas soro: 14 frascos no total. A todo momento ela questionou o atendimento dado à filha e perguntou várias vezes para a médica se a filha não seria medicada. A profissional teria dito que estava tudo bem e que precisava do resultado dos exames para definir o tratamento. 

Ainda segundo a mãe, a médica teria ido embora, momento em que houve uma piora no estado de saúde de Rosiane. "O rosto dela ficou todo escuro, a enfermeira foi chamada, tentou reanimá-la, mas já era tarde e ela acabou morrendo", contou.

A secretária de saúde justificou que a médica não foi embora, mas estava acompanhando um outro paciente, que estava infartado. Dessa forma, o caso teria sido repassado para outra profissional. Quanto aos medicamentos, Maria Luiza informou que a paciente tomou remédios para cólicas, dores e febre; ficou no oxigênio; e ainda passou por exames clínicos para verificar a possibilidade de apendicite, mas nada teria sido constatado. "Por volta das 14h30, os exames de glicemia apresentaram alteração e foram prescritas duas ampolas de glicose. Mais tarde, por causa de uma queda acentuada nos exames de glicemia, precisou tomar mais duas ampolas", acrescentou. 

Maria Luiza disse ainda que o resultado dos exames indicaram alteração hepática e uma infecção muito alta. "Todos os procedimentos necessários foram feitos e estamos tranquilos em relação a isso", concluiu a secretária

O atestado de óbito  apontou como causa da morte o "edema agudo de pulmão" e a mãe afirma que a filha não tinha nenhum problema grave de saúde. 

No último sábado, familiares e amigos fizeram uma manifestação em frente ao posto de saúde para cobrar Justiça. Rosiane Viana e Silva deixou uma filha de 11 anos.

A PC não repassou detalhes do inquérito.Arquivo PessoalFamiliares e amigos de Rosiane percorreram as ruas do bairro Dom Pedro

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