Família de Bruno presta depoimento sobre morte de Sérgio na Corregedoria da Polícia Civil

Ana Clara Otoni - Do Portal HD
30/08/2012 às 13:30.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:53
 (Toninho Almada/Hoje em Dia)

(Toninho Almada/Hoje em Dia)

A família do ex-goleiro Bruno Fernandes e Sérgio Rosa Sales, um dos réus no processo da morte e desaparecimento de Eliza Samudio e que foi http://www.hojeemdia.com.br/minas/policial-civil-pode-estar-envolvido-na-morte-de-primo-do-ex-goleiro-bruno-1.26965, prestou depoimento nesta quinta-feira (30) na Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais. A avó dele, Estela Souza, chegou no prédio na região central de Belo Horizonte por volta das 10 horas e foi ouvida durante 20 minutos pelos investigadores da Corregedoria. Ela estava acompanhada dos advogados Francisco e Wallace Simim. Além dela, a mãe, o pai e o irmão de Sérgio também seriam ouvidos no início da tarde. O homicídio do primo do ex-golveiro Bruno está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil porque há suspeita de que um policial civil esteja envolvido no crime.

Eles vão dar detalhes sobre a rotina do primo do ex-goleiro Bruno para tentar identificar indícios que levem até o autor do crime. Estela foi a primeira a ser ouvida e, segundo o advogado Francisco Simim, ela estava tranquila quando falou sobre o neto. "Eles queria saber detalhes como o horário que ele acordava, que saía para trabalhar, enfim...coisas da rotina dele mesmo", disse. Simim disse que a avó de Sérgio não comentou sobre o porquê de o neto ter quatro aparelhos de celular. Ele estaria sendo ameaçado há alguns dias e teria recebido uma mensagem suspeita com os seguintes dizeres "Tô na pista e você é o próximo". O advogado Simim, que defende Bruno, disse que não foi comprovada a existência dessa mensagem. Sérgio morava no bairro Minaslândia, na região Norte da capital, com a família. A avó dele morava no mesmo terreno e sempre foi presente na vida dos netos. Tanto que Bruno, Sérgio e Jorge Luiz (primo de Bruno que era menor na época do crime e que é considerado testemunha-chave no caso) conviveram durante a infância e parte da adolescência na casa dela.

Ele reforçou, porém, que o ex-goleiro tem interesse na resolução do homicídio do primo, já que há suspeita de que a morte de Sérgio tenha sido uma queima de arquivo. "O Bruno é um dos mais interessados, ele quer que todo muito veja que não há ligação na morte do Sérgio com o caso da Eliza. Alguém está tentando tumultuar tudo isso", afirmou.

A Polícia Civil informou que a Corregedoria não vai se pronunciar antes da conclusão das investigações para não prejudicar a apuração do caso.

Suspeito

Um dos suspeitos é o policial aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé. Ele seria o contato que apresentou Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a Luiz Henrique Romão, o Macarrão. O advogado da família de Eliza, José Arteiro, é quem defende o argumento de que o policial aposentado tenha relação com o crime. Porém, a promotoria afirma não ter provas para indiciar Zezé e, por isso, ele continua solto.

O crime
 
Sérgio Rosa Sales foi assassinado na quarta-feira (22). De acordo com a Polícia Civil, ele era peça fundamental no caso que investiga o desaparecimento da ex-modelo Eliza Samudio. Em depoimento à polícia, o primo de Bruno revelou que a ex-amante do atleta teria sido morta. Depois Sérgio mudou de versão e disse que foi pressionado para falar sobre o crime.
 Ele havia deixado a penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, no dia 11 de agosto de 2011. Sérgio respondia pelos crimes de homicídio triplicamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. Ele ficou 400 dias preso e, na época da saída, disse que se sentia "feliz e aliviado". O jovem foi morto perto de casa, na rua Aracitaba, esquina com rua Maria Madalena, quando saía para o trabalho. Há suspeita de que o homicídio tenha sido uma queima de arquivo, já que Sérgio era um dos envolvidos no caso do desaparecimento da modelo Eliza Samúdio.

Relembre o caso

O ex-goleiro Bruno, que seria amante de Eliza Samudio, é acusado de encomendar a morte da modelo. O atleta, o amigo dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, responde aos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. Sérgio Rosa Sales respondia pelos mesmos crimes que Bola. Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o Coxinha; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado. O julgamento que definirá o futuro dos acusados não tem previsão de ocorrer.

Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.

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