Três industrias farmaceuticas que fornecem medicamentos para hospitais públicos de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foram oficiadas em ação pública do Ministério Público Federal (MPF). O órgão alega que as empresas produzem remédios diferentes com embalagens, formatos e etiquetas semelhantes.
As empresas Isofarma Industrial Farmacêutica, Farmace Indústria Químico Farmacêutica Cearense e Equiplex Indústria Farmacêutica são consideradas réus na ação. As empresas são responsáveis pelo abastecimento de medicamentos do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia e do Hospital Municipal Odelmo Leão Carneiro.
Exemplos da ocorrência foram acusados pelo MPF nas embalagens semelhantes de cloreto de sódio 20% e 0,9%, glicose 50% e água para injeção, que possuíam. Outros casos foram identificados em medicamentos de alto risco. Segundo o órgão, a grande semelhança nas etiquetas nestes medicamentos é responsável direta dos erros médicos decorrentes da falha humana.
“É óbvio, portanto, que a indústria tem um papel fundamental na prevenção e redução dos riscos hospitalares”, afirma Cléber Eustáquio Neves, procurador da República e autor da ação. “Embalagens quase idênticas, de uma só cor, mesma forma ou tamanho, podem induzir a erro o profissional de saúde, normalmente sobrecarregado pela carga de trabalho e pela quantidade de pacientes”, explica.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela regulamentação dos produtos e serviços à saúde pública, também foi oficiada e pode responder à ação.
O outro lado
A Isofarma Industrial Farmacêutica, a Farmace Cearense e a Equiplex afirmaram que comercializam os medicamentos segundo as normas estabelecidas pela Anvisa. A agência, por sua vez, diz que a padronização dos medicamentos da forma como se encontra hoje não traz riscos à saúde dos cidadãos.
(*) Com informações do MPF