A Praça da Liberdade e os prédios do Circuito Liberdade vão receber, do dia 16 a 20 de novembro, a segunda edição do Canjerê – Festival de Cultura Quilombola de Minas Gerais. Com programação aberta e gratuita, o evento tem cmo objetivo promover encontros, aprendizados e debates e contribuir para dar visibilidade à cultura quilombola e à luta das comunidades pelo direito à terra e vida digna.
A programação, que contará com shows de artistas como Mauricio Tizumba e Sérgio Pererê, terá també, apresentações artísticas de grupos quilombolas, cortejo de guardas do congado, exposições, oficinas e encontros. São esperados cerca de 400 quilombolas de diversas regiões de Minas Gerais no encontro.
Além disso, um dos destaques do evento é a Feira de Artesanato, Culinária e Produtos Quilombolas, que vai reunir aproximadamente 50 comunidades. A feira ficará montada durante todo o Festival na Alameda da Educação.
A programação completa pode ser acessada aqui.
Canjerê
O festival integra as comemorações dos 45 anos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e será realizado pela Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N’Golo) em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda-MG) e Secretaria de Estado de Cultura (SEC).
A primeira edição do Canjerê aconteceu em 2015, na Funarte/MG, e reuniu mais de cinco mil pessoas em três dias de atividades. A iniciativa tem o patrocínio daCemig, via Edital de Patrocínios do Governo do Estado e da Codemig.
N’Golo
A N’Golo é formada por cerca de 640 comunidades quilombolas e tem como objetivo representá-las junto ao poder público e à sociedade em geral. Criada em 2005, é responsável por articular a luta pela terra e pelo reconhecimento de direitos, e pela valorização e difusão da cultura quilombola.
Isso porque, de acordo com dados do Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes), em Minas Gerais existem cerca de 500 comunidades quilombolas identificadas que, no entanto, ainda enfrentam dificuldades. O acesso à informação, ao reconhecimento legal e às ações de apoio econômico e de infraestrutura previstas pelo Programa Brasil Quilombola ainda não são efetivas na maior parte delas.
A palavra Quilombo tem origem africana e significa acampamento ou fortaleza. Alguns documentos do período colonial e imperial mostram que à época o termo quilombo estava relacionado a espaços ocupados por negros fugidos do sistema escravista.
Porém, com o passar dos anos e devido à luta por direitos empreendida por diversos grupos étnico-raciais, e assimilada por instituições, como a Fundação Palmares, o conceito foi reformulado. De acordo com o Decreto 4887/2003, comunidades quilombolas são: “grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida”.
Assim, atualmente o termo está associado a um leque diferenciado e extenso de práticas, experiências e sentidos que têm em comum questões de auto-atribuição de identidade étnica, territorialidade, origem escrava e ancestralidade negra com cunho eminentemente identitário, sem deixar de ser a representação da resistência por direitos a uma participação política efetiva.
Canjerê – Festival de Cultura Quilombola de Minas – 2ª edição
Data: 16 a 20 de novembro de 2016 (quarta-feira a domingo)
Local: Circuito Liberdade (Praça da Liberdade e equipamentos culturais)
Entrada gratuita
Realização: Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N’Golo), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda-MG) e Secretaria de Estado de Cultura, por meio do Iepha-MG.
Outras informações: www.circuitoculturalliberdade.com.br