(Facebook/Reprodução)
Após ficar por mais de 30 horas em poder de sequestradores, a adolescente Clara Alves Campos, de 15 anos, contou alguns detalhes sobre o caso que mobilizou a cidade de Cássia, no Sul de Minas, durante entrevista à TV Record.
A jovem disse que durante toda a ação teve a cabeça coberta e por isso não pode ver o rosto dos envolvidos no sequestro. Apesar do medo, Clara não chegou a ser agredida e se alimentar no cativeiro. O local onde ficou escondida também é desconhecido pela estudante. "Eles pediram pra eu ficar de cabeça baixa também, não vi nada deles".
O pesadelo da família Campos só terminou quando a garota foi encontrada na manhã de quarta-feira (19), em Patrocínio Paulista, interior de São Paulo, a 46 quilômetros de Cássia.
A adolescente foi deixada amarrada em uma árvore numa estrada vicinal da região e conseguiu se soltar. "Eu estava suando muito, consegui tirar a fita adesiva, vi uma rodovia e pedi carona", contou a garota com uma aparente tranquilidade. "Estou bem sim, agora só quero esquecer isso", disse.
Sobre seu comportamento, ela contou que se apegou à fé. "Sempre rezei muito e por isso deu tudo certo. A gente nunca acha que vai acontecer com a gente, acha que é mais em filme", brincou.
Investigações
Equipes do Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil (Deoesp) continuam na cidade na tentativa de identificar os sequestradores da adolescente. Segundo a corporação, os pais e o avô de Clara prestaram depoimento. No entanto, a jovem ainda não deu muitos detalhes que possam colaborar com as investigações, por estar confusa e traumatizada.
A polícia ainda trabalha com a possibilidade dos sequestradores serem de São Paulo, pela cidade ficar na divisa com Cássia, ou terem alguma ligação com a família. O próximo passo será identificar a localização do cativeiro.
Sequestro
Clara foi sequestrada quando saía para a escola na terça-feira (18). A jovem, filha e neta de fazendeiros cafeicultores da cidade, estava no carro da família com a mãe, perto de casa, no bairro Jardim do Sol, quando o veículo foi interceptado por quatro homens armados.
Eles obrigaram a menina a entrar em outro veículo e fugiram deixando um bilhete na calçada, pedindo resgate de R$ 1 milhão. Assim que souberam do sequestro da estudante, amigos e familiares formaram uma verdadeira corrente nas redes sociais na tentativa de ajudar a encontrá-la.
A estudante é a caçula de quatro filhas, sendo que as duas mais velhas são advogadas e a terceira faz cursinho pré-vestibular.