Funcionário público defende o vandalismo como forma de manifestação

Émile Patrício - Hoje em Dia
Publicado em 29/06/2013 às 09:12.Atualizado em 20/11/2021 às 19:35.

Funcionário público com 3º grau completo e morador de um bairro classe média de Belo Horizonte. Nas horas vagas, frequenta academia. Um perfil que foge do estereótipo dos vândalos que vêm agindo nos protestos pelo país. Mascarado, o homem de 29 anos defende a depredação de prédios e bens públicos como forma de manifestação.

Segundo ele, a violência é necessária para se alcançar as causas do povo. “Tenho convicção de que o vandalismo é fundamental. Mostra a desordem, o caos e a reação de uma população há décadas acuada, presa e severamente injustiçada. Sou a favor do vandalismo contra instituições públicas, que notoriamente são nossas, mas podem representar um símbolo ou a imagem de quem queremos atingir. O povo pode ser soberano a seu governo”.

O funcionário público, que atua na área da saúde, participou das manifestações, mas garante não ter se envolvido nas depredações na avenida Antônio Carlos, na Pampulha. Ele afirma ter ido até o ponto de conflito com a PM, mas não revidou. Além disso, intitula-se como um cidadão comum, sem partido político ou associação com grupos ou movimentos.

“Por causa da violência, ganhamos no recuo da PEC 37 e na aprovação dos royalties do petróleo para a saúde e a educação. Não teríamos sido ouvidos se as manifestações fossem 100% pacíficas. Ninguém levaria a sério. O governo se sentiu ameaçado, acuado e com medo. Pessoas ficaram feridas? Infelizmente, esse é o preço”.

Para ele, os movimentos não terminam após a Copa das Confederações. “Deve surgir algum líder para fundamentar as ideias e participar das discussões com o governo. Não vai parar por aí. Ainda mais com as redes sociais, ferramenta muito utilizada pelos manifestantes. Há muito o que se exigir. Queremos que a corrupção seja crime hediondo e, mais ainda, queremos o total cumprimento da lei”.

Aplicação

O funcionário público ainda afirma que o brasileiro cansou dos desvios. “O imposto da CPMF era para a saúde e nunca vimos esse dinheiro investido devidamente. Não basta criar projetos se os recursos são facilmente desviados. Ficaremos de olho nos royalties do petróleo. O povo acordou e vai ser um fiel fiscalizador”.

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