Funcionários de traficante são presos em Betim e oferecem armas para tentar subornar policiais

José Vítor Camilo
Publicado em 31/05/2019 às 16:39.Atualizado em 05/09/2021 às 18:54.
 (REPRODUÇÃO / GOOGLE STREET VIEW)
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Seis revólveres e uma pistola que seriam vendidas para traficantes foram recuperadas na madrugada desta sexta-feira (31) em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após dois homens serem abordados por policiais em um carro de luxo e oferecerem as armas como suborno para escaparem da prisão. A dupla, um nascido em Pernambuco e outro no Paraná, alegou ter acabado de chegar em Minas para trabalhar para um traficante com o transporte de drogas e armas do Paraguai para a Grande BH. 

Era por volta de meia-noite quando uma viatura da Polícia Militar (PM), que fazia patrulhamento de rotina na avenida Tapajós, no bairro Laranjeiras, avistou um Hyundai Santa Fé, um veículo de luxo, parado em uma área conhecida pelo tráfico de drogas. Ao perceberem a aproximação dos policiais, os dois homens, de 30 e 32 anos, demonstraram nervosismo e, ao serem abordados, iniciaram uma fuga em alta velocidade. 

Diante da situação, os militares solicitaram reforço, e após os suspeitos passarem por vários bairros, o carro foi parado na rua Basílio Pereira da Silva, no bairro Vila Imbiriçu, a cerca de 3 km do local da primeira abordagem. Após buscas, com os suspeitos foram achados somente dois celulares e R$ 160 em dinheiro, porém, dentro do veículo, no encosto do banco, os policiais encontraram um revólver calibre 38 da marca Tauros carregado com cinco cartuchos. A arma estava guardada dentro de um coldre. 

Durante a fuga, um dos suspeitos jogou um objeto pela janela. O material foi encontrado e foi constatado que tratava-se de duas porções de cocaína que, segundo a dupla, seria para consumo próprio. Questionados sobre a origem do veículo luxuoso, os homens afirmaram ter recebido R$ 500 cada para pegarem o carro em um estacionamento em Betim e levarem para BH, porém, eles não disseram para quem ele seria entregue. 

Ainda conforme a PM, após consulta, foi constatado que o carro está em nome da mãe de um traficante conhecido como "Véi", que se encontra preso na Penitenciária Nelson Hungria e que comandava o tráfico na região do bairro Capelinha, também em Betim. 

Tentativa de suborno

Ainda de acordo com a PM, apesar de ter alegado a princípio que o revólver era para proteção própria, quando percebeu que seria detido, o suspeito ofereceu aos policiais algumas armas de fogo, como suborno para não serem detidos, usando o argumento de que elas seriam "retiradas das ruas". 

Com o comandante ciente, os policiais simularam que aceitariam a proposta e o suspeito de 30 anos solicitou por telefone, com um suspeito identificado apenas como "padrinho", que as armas fossem deixadas nos fundos do supermercado Carrefour, às margens da BR-381, para serem recolhidas. 

Após algum tempo, os militares foram até o local combinado e encontraram uma bolsa com outros quatro revólveres calibre 38 com as numerações raspadas, sendo um deles com capacidade de cinco balas, outro com seis e por último um com potencial para sete cartuchos, um outro revólver calibre 38 sem a numeração rasparada e ma pistola de calibre 7.65. Na mesma bolsa estavam ainda 18 cartuchos intactos de calibre 38. 

De acordo com a corporação, até o momento o suspeito que levou as armas até o local ainda não foi identificado, sendo que a dupla disse não conhecê-lo pessoalmente e que só faziam transporte de armas e drogas. 

Passagens 

O suspeito mais novo, que é natural do Paraná, disse já ter passagem pela polícia por tráfico de drogas no estado de São Paulo, enquanto o preso de 32 anos afirmou ter uma passagem por roubo em seu estado natal, Pernambuco. 

Indagados pelos militares, os suspeitos disseram não saber informar os próprios endereços, já que chegaram em Minas há cerca de 10 dias com o objetivo de trabalhar para um traficante que não foi identificado por eles. A função da dupla seria buscar drogas e armas de fogo no Paraguai e entregá-las na Região Metropolitana da capital mineira. 

O carro usado por eles foi apreendido e os suspeitos presos por porte de armas e corrupção passiva. 

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