Um exame laboratorial e um teste de sorologia para o diagnóstico do zika vírus estão sendo desenvolvidos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Além disso, o órgão também colocou em fase de finalização um exame que permite o diagnóstico de dengue em vinte minutos.
O exame laboratorial para diagnóstico do zika é denominado “Biologia Molecular Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em Tempo Real” e busca emitir o resultado da infecção em cinco dias. No entanto, a pesquisa é complexa: o exame analisa o material genético do vírus na amostra do paciente e, após entrar em contato com diversos reagentes, permite a verificação das curvas específicas que indicam se o vírus existe naquela amostra.
Além da complexidade, o exame também demanda que as amostras colhidas entre o 1º e 5º dia após o início dos sintomas no paciente sejam conservadas em freezer a menos de 80 graus ou em um botijão de nitrogênio líquido por seis horas.
Apesar da dificuldade técnica, a Funed afirma que o governo do Estado já adquiriu botijões de nitrogênio líquido para todas as regionais de saúde do Estado e que a própria fundação fica responsável pelo abastecimento dos botijões.
Teste de sorologia para diagnóstico do Zika
Outro exame para diagnóstico do Zika está sendo implementado pela Funed após descentralização de pesquisa originada no Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, no norte do país.
Diferente do exame laboratorial, este teste de sorologia é mais simples pois analisado os anticorpos naturais produzidos pacientes infectados e por isso poderá ser colhida após o 5º dia de infecção, permitindo o diagnóstico do zika vírus ainda em fase de desenvolvimento. Além disso, as técnicas de conservação da amostra não são complexas como o exame laboratorial.
Diagnóstico de dengue em vinte minutos
Em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Funed colocou em fase de testes um exame que permite um diagnóstico rápido de dengue. O objetivo é agilizar o tratamento da doença e evitar que o paciente fique internado por observação.
O exame consiste por uma fita que muda de cor ao entrar em contato com a amostra do paciente contaminado por dengue. O piloto do exame deve ser utilizado pela Funed, que recebe anualmente mais de cinco mil amostras de pacientes mineiros. Além disso, é possível que o “Kit de Diagnóstico Rápido da Dengue” seja colocado nas redes farmaceuticas do país.
“O protótipo está em fase de finalização. Iremos patenteá-lo e avaliar com o governo ou com empresas do setor privado o interesse em produzi-lo em escala. A previsão é que o produto fique pronto ainda no primeiro semestre deste ano”, afirma a pesquisadora Alzira Batista Cecílio.
Larvicida feito por plantas em desenvolvimento
Além dos exames que buscam um diagnóstico rápido do Zika e da Dengue, a Funed está desenvolvendo um estudo para criar um larvicida a partir de dez plantas naturais. A pesquisa é realizada em parceria com a Pontificia Universidade Católica (PUC Minas).
Segundo a Funed, na atual fase do projeto, o orégano e o cravo da Índia são as plantas com mais enfoque por terem resultados comprovados na eliminação das larvas em até 24h após a aplicação dos produtos. A expectativa é que o produto, que está em fase de finalização, possa chegar ser patenteado até o final deste semestre.
(*) Com informações da Agência Minas