Fundação Ezequiel Dias estuda produzir em larga escala teste para coronavírus criado pela UFMG

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
Publicado em 02/06/2020 às 12:22.Atualizado em 27/10/2021 às 03:39.

Teste desenvolvido pelo CT Vacinas, núcleo formado por pesquisadores da UFMG e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), poderá ser uma das principais armas adotadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) de Minas Gerais para o enfrentamento da Covid-19.

De acordo com o professor Flávio Fonseca, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e pesquisador do CT Vacinas, o teste já está apto a ser produzido em larga escala, só precisando de um laboratório para fabricá-lo.

Este laboratório poderá ser a Fundação Ezequiel Dias (Funed), vinculada o governo mineiro. Em nota, a SES confirmou à reportagem do Hoje em Dia o interesse na fabricação do Elisa, abreviação em inglês para Enzyme-Linked Immunosorbent Assay.

"Este projeto está em planejamento pela equipe da Diretoria Industrial da Fundação Ezequiel Dias. Neste momento, está sendo avaliada a viabilização de aquisições de materiais , além de negociações com parceiros", afirma a nota.

"Nós (a UFMG) não somos fábricas. Então precisamos de parceiros para transferir a tecnologia e produzir o teste", explica o professor Flávio Fonseca.

Elisa é um teste enzimático que detecta a presença de anticorpos contra o vírus, a partir da coleta do soro, valendo-se de uma reação enzimática em laboratório. Por necessitar de amostra de sangue e análise em laboratório, ele ão tem a mesma rapidez dos testes sorológicos. 

O professor destaca que, se perde em velocidade (na verdade, o resultado sai em cinco horas), o Elisa ganha em confiabilidade. "Muitos testes perdem naquilo que chamamos de sensibilidade, dando muito falso negativo. No nosso, a sensibilidade é de 95%", registra. 

O professor afirma que o custo é 25% menor do que o exame de diagnóstico molecular, também feito em laboratório e considerado um dos mais confiáveis.

Outra vantagem é que a maioria dos testes em uso no país são importados e, muitas vezes, de má qualidade. "Além disso, como todo mundo quer o teste, acabamos entrando numa fila para comprar", compara Fonseca.

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