Gaiola blindada para melhorar a segurança em BH

Danilo Emerich - Hoje em Dia
06/12/2013 às 07:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:36
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

O medo causado pelo aumento do número de arrombamentos e roubos a residências em Belo Horizonte leva prédios e condomínios de luxo da capital, principalmente na zona Sul, a se transformarem em verdadeiras fortalezas. Vigias, câmeras, cercas elétricas, sensores de movimento, guaritas, vidros e portas blindadas e, mais recentemente, até eclusas – área entre dois portões de acesso ao interior do edifício, usada como “filtro” na entrada ou saída de visitantes do imóvel – são artifícios para prevenir ataques de ladrões.

Os investimentos em segurança não são em vão. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), os arrombamentos a residências na capital cresceram 7% entre janeiro e outubro deste ano. No período, foram 2.577 ocorrências, contra 2.408 crimes nos dez primeiros meses de 2012. BH registra, em média, oito invasões por dia.
Proteção
Apesar de existir há anos, só agora a eclusa se tornou tendência em novos empreendimentos residenciais, explica o diretor da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), Oswaldo Oggiam. “É um sistema muito usado em indústrias e bancos que chega para as moradias”, diz. Segundo Oggiam, o setor cresce de 10% a 12% ao ano, devido ao avanço tecnológico, à verticalização das cidades e à criminalidade.

A eclusa, por exemplo, faz parte de um condomínio na rua Fernandes Tourinho, em Lourdes, na região Centro-sul da capital, previsto para ser entregue na próxima semana. No edifício, vidros e caixas de correio também são blindados. Segundo o engenheiro Frederico Augusto Rocha, o sistema integra o projeto desde o início.

Na Serra, o “aparato” é um dos destaques do anúncio na internet de duas torres residenciais. Segundo a propaganda, visa “total segurança”. Também há prédios que se adaptaram, como um na rua João Antônio Azeredo, no Belvedere. O administrador Paulo Serrano Pires diz que a eclusa foi instalada devido ao medo de assaltos. No mesmo quarteirão, mais três condomínios adotaram o modelo.

‘Ilha de proteção’ é tendência em construções

Praticamente todos os novos prédios e condomínios residenciais de luxo em Belo Horizonte têm eclusas. É o que afirma o vice-presidente da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Lucas Guerra Martins. “A segurança é um fator primordial. Além das eclusas, é crescente a procura por blindagens, câmeras e sensores infravermelhos. Uma tendência”.

Para o especialista em segurança pública Luiz Flávio Sapori, o aumento do investimentos em segurança privada refletem a crescente sensação de insegurança. “Os prédios se tornam ilhas de proteção, mas dificultam a vida de moradores, visitantes e parentes, pois tornam rigoroso o controle de entrada e saída”, diz.

Quem mora em edifícios com o sistema, como a presidente da Associação de Moradores do Bairro Lourdes, Lúcia Pinheiro Rocha, concorda com o especialista. E classifica de “degradante” a necessidade do uso exagerado de sistemas de segurança, grades e eclusas. “Cada vez mais a proteção é feita pelo cidadão, embora seja dever do Estado”.

Blindagem de veículos em alta

O mercado de blindagens de automóveis também está aquecido em BH. Segundo Emerson Henriques, dono de uma empresa especializada no serviço, as vendas cresceram 50% em relação a 2012. Por mês, seis veículos recebem a blindagem. Quanto maior a proteção contra calibres grossos de armas, mais alto o custo. O preço varia entre R$ 45 mil e R$ 55 mil. Uma opção mais econômica é comprar veículos blindados usados. De acordo com Emerson, é possível encontrar carros em bom estado por até R$ 30 mil.
 

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