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Uma garçonete do Chop da Fábrica, restaurante tradicional localizado no bairro Santa Efigênia, região Leste de Belo Horizonte, foi vítima de homofobia na noite de sexta-feira (21). Um casal de clientes se recusou a ser atendido por ela e ainda a chamaram de “sapatão”.
Depois de terem tomado a quarta cerveja e, inclusive, pedido indicação de pratos para a garçonete, o casal começou a comentar de maneira grosseira sobre a jovem. Até que, em um determinado momento, eles a chamaram e pediram a substituição da atendente. Questionados por ela sobre o motivo eles teriam dito: “Não queremos ser atendidos por uma sapatão”.
Sem discutir, a profissional procurou ao gerente do estabelecimento e passou a atender as demais mesas. Porém outras pessoas presenciaram a situação e se indignaram com o ato preconceituoso. A polícia chegou a ser acionada mas o casal já tinha ido embora após terem sido vaiados e insultados pelos demais clientes.
Em contato com a reportagem, proprietário do estabelecimento, Bruno Delli Zotti, disse estar indignado com o ocorrido. “Foi um absurdo e essa visão preconceituosa não condiz com o que nós acreditamos. A sexualidade não é critério para nossas contratações tanto que temos vários funcionários homossexuais”, disse.
Vários clientes se posicionaram contrárias à atitude do restaurante alegando conivência com o ato homofóbico. Mas Bruno nega omissão. “Nós não sabíamos ao certo o que fazer. Não sei se podíamos segurar os clientes para que eles esperassem a polícia ou se poderia expulsá-los de lá. Não sei sequer se há um respaldo legal para isso. Mas que concordamos com isso, de jeito nenhum”, se defende.
Mais cedo, Bruno publicou uma nota sobre o assunto. Veja a íntegra: “Bom dia a todos! Meu nome é Bruno e sou proprietário do Chopp da Fábrica. Estou profundamente chateado por um episódio desse ter ocorrido dentro do Chopp, na realidade, por um episódio desse ainda existir nos dias de hoje. Somos uma empresa séria e responsável. Não temos princípios homofóbicos e tratamos todas as pessoas da mesma forma, consideramos que somos todos iguais, independente de sua orientação sexual, religiosa ou qualquer que seja. Tal fato que não somos homofóbicos, que em nosso quadro de funcionários, quase 90, temos diversos que são declaradamente homossexuais e isso não impede, nao interfere e não faz a menor diferença no momento da contratação. Como disse, a orientação é pessoal e não cabe a empresa julgar! Assim como eu, tenho certeza que toda nossa equipe achou absurdo a atitude homofóbica desse cliente. Não fomos omissos nem apoiamos a homofibia praticada. A opção de mudar de área de atendimento foi exclusiva da garçonete
agredida, assim como a opção de não prestar queixa. Eu e toda a equipe do Chopp da Fabrica se encontram a disposição para qualquer esclarecimento! Um bom final de semana a todos e que as pessoas se conscientizem que o respeito ao próximo é fundamental para uma sociedade evoluida!”