Belo Horizonte e a região metropolitana perderam, em média, pouco mais de 14 árvores por dia neste mês de fevereiro. Todas elas caíram em função dos ventos e chuvas ou tiveram que ser cortadas devido ao risco iminente de queda. O balanço do Corpo de Bombeiros, leva em conta o período entre 1º de fevereiro até as 18h desta terça-feira (24).
Segundo a corporação, foram 347 árvores que precisaram ser cortadas, sendo de 229 que caíram em vias públicas ou imóveis e outras 118 que apresentavam risco iminente de queda. Além disso, os militares realizaram ainda 80 vistorias para analisar se o espécime apresentava ou não perigo de cair. No total, foram 427 chamados envolvendo árvores.
Nesta terça-feira, uma árvore caiu sobre uma residência na rua Arapanema, no bairro São Benedito, em Santa Luzia, na Grande BH. Não há informações de feridos. Outra ocorrência de corte foi na rua Louzada, no bairro Granjas São João, em Betim, que chegou a obstruir a via. Já em BH, na rua Raimunda Silva Mendonça, no bairro Aeroporto, na Pampulha, uma outra árvore caiu sobre o telhado de uma casa.
Inventário
Uma ferramenta que poderia amenizar a quantidade de quedas de árvores e identificar os espécimes com risco de cair ainda está longe de sair do papel. O Inventário das Árvores de Belo Horizonte, iniciado em 2011, deverá ser adiado pela terceira vez e ficar ainda mais caro. A previsão inicial da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) era concluir o estudo no fim de 2012. Porém, devido a problemas, o prazo foi alterado para dezembro deste ano.
Mesmo com esse adiamento, a assessoria de imprensa da SMMA informou que a meta não deverá ser alcançada. O atual contrato prevê o inventário de 300 mil árvores, sendo que a atual estimativa é que BH tenha uma flora de 465 mil espécimes. Com essa alteração, além de o estudo demorar mais, há a necessidade de um novo contrato e o valor para o levantamento, que já passou de R$ 3,4 milhões para R$ 5,4 milhões, poderá ser novamente elevado.
O trabalho deverá ser concluído somente no fim de janeiro de 2016, mas só contemplará as coletas de dados nas regionais Leste, Noroeste, Oeste e Centro-Sul. Atualmente, a pesquisa passa pela Pampulha.
O reconhecimento do risco de queda, mesmo nas regiões por onde o estudo já foi concluído, ainda não é possível. Os técnicos das regionais da prefeitura não podem acessar os dados já que alterações na plataforma do sistema usado impedem a disponibilização das informações. O software atualmente passa por uma reestruturação. Somente após o fim da coleta dos dados em toda a capital será possível fazer a implantação dos resultados já consolidados.