Grupo anticopa insiste em nova manifestação na Savassi, no sábado

Hoje em Dia
Publicado em 27/06/2014 às 08:05.Atualizado em 18/11/2021 às 03:10.
Depois de sofrer um revés na Justiça ao tentar limitar a ação da Polícia Militar durante as manifestações, o Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac-BH) promete levar a passeata marcada para este sábado (28) da Praça 7 até a Savassi, ponto de maior concentração de torcedores na capital. 
 
Nessa quinta-feira, a pedido da Advocacia-Geral do Estado (AGE), o presidente do Tribunal de Justiça de Minas, desembargador Joaquim Herculano Rodrigues, derrubou a liminar concedida ao comitê no dia anterior garantindo o direito de manifestação. Para o grupo, é inconstitucional a tática militar de “envelopamento”, em que os manifestantes são cercados, sem possibilidade de movimentação pela cidade. 
 
O Copac pretende nesta sexta-feira (27) comunicar oficialmente à PM a data e o trajeto do protesto, o que não ocorreu nas manifestações anteriores. A tendência é que o pedido do comitê seja recusado, uma vez que a Praça da Savassi sedia eventos comemorativos relacionados à Copa em BH. “Quem pedir autorização primeiro terá prioridade, sendo que o segundo não poderá ser realizado”, adiantou o chefe da sala de imprensa da Polícia Militar, major Gilmar Luciano Santos. 
 
Se houver o cerco aos manifestantes ainda na Praça 7, o Copac pretende recorrer a instâncias superiores na Justiça. “Vamos fazer um protesto que dialogue com a população, misturando a marcha e intervenções lúdicas, como a Copa do Povo, quando jogamos uma pelada no meio da rua”, explicou a integrante da Copac Isabella Miranda.
 
Indiciamento
 
A Polícia Civil indicou nessa quinta-feira (26) quatro pessoas por crimes em manifestações na capital. Cada um vai responder por transgressões diferentes, entre elas porte de artefato explosivo, dano ao patrimônio e corrupção de menores.
 
Dois deles já estão presos – Igor Daniel de Aguiar e Patrícia Dantas Dias. Karine Kênia Soares da Silva Melo é monitorada via tornozeleira eletrônica, e Fernando Senhorinha Rinaldi não deu entrada no sistema prisional. Outros seis inquéritos ainda estão em andamento.
 
Alívio no comércio da capital
 
A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH) e outras 15 entidades de classe comemoraram a suspensão da liminar que limitava a ação da PM durante os protestos contra a realização da Copa do Mundo. “A decisão, que engessava a atuação da polícia, gerou receio no comércio sobre a possibilidade de novos atos de vandalismos nos próximos jogos do Mundial”, informou a CDL, em nota. 
 
O grupo enviou ofício ao governo do Estado solicitando a suspensão da liminar. “As manifestações continuam sendo legítimas e dignas de aplauso e solidariedade, mas as depredações e atos de vandalismo não podem mais ser aceitos”.
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