Grupo atacadista mineiro atuava em 6 estados e pode ter sonegado R$ 1 bilhão

Thais Oliveira - Hoje em Dia
27/11/2014 às 19:29.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:11

Um grupo atacadista do ramo alimentício, acusado de sonegação fiscal, pode ter causado prejuízos de até R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Civil, deflagrou a operação “O Dono do Mundo”, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais, quando cumpriu mandados de busca e apreensão em três unidades da empresa na Grande BH, além de 12 ordens de condução coercitiva contra funcionários do grupo suspeitos de fraude. O diretor do grupo não foi encontrado e é considerado foragido da Justiça.   Segundo o promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária, Fábio Galindo Silvestre, o grupo tem mais de 30 empresas satélites e  fornecia mercadorias sem a emissão de nota fiscal, deixando de recolher aos cofres públicos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os produtos eram vendidos para diversos empreendimentos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, além de Minas Gerais.   “O piso de autuação, isto é, o valor sonegado é, no mínimo, de cerca de R$ 300 milhões. Esse valor, porém, pode chegar a R$ 1 bilhão, já que esse é o montante aproximado movimentado pelo grupo”, afirmou o promotor.   Os 12 funcionários suspeitos de fraude são residentes em Belo Horizonte, Contagem, Betim e Conceição do Pará. Nove foram encaminhados para Ministério Público para prestar esclarecimentos nesta quinta-feira e foram liberados em seguida. Três pessoas devem ser ouvidas nesta sexta-feira (28). “Essas pessoas são de cargos estratégicos do grupo. Nesta quinta-feira, a maioria colaborou com as investigações e contou como atuava tendo em vista o cargo que exercia”, disse Silvestre.    Os bens do grupo, como imóveis, móveis e contas bancárias, foram bloqueados até o teto de R$ 1 bilhão.  “Caso seja comprovada a fraude, esses bens vão integrar o patrimônio de Minas Gerais”, informou o promotor.   De acordo com o promotor, o diretor da empresa é monitorado pela polícia e deve ser preso a qualquer momento.   Os estabelecimentos que compravam os produtos do grupo também serão investigados, uma vez que faziam a transação sem nota fiscal.     Entenda o caso   Segundo o MPMG, o grupo usava de empresas de fachadas para simular operações comerciais de modo a afastar a responsabilidade tributária dos contribuintes. Eles chamavam essas empresas de parceiras. Foi constatada a existência de um minucioso sistema de gestão e controle centralizado dos negócios.   O MPMG informou que, dessa forma, o grupo empresarial pode ter deixado de recolher, a título de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), até R$ 1 bilhão aos cofres públicos nos últimos quatro anos.   A operação "O Dono do Mundo" é resultado da "Operação Concorrência Leal", deflagrada no final de 2013, que teve como alvos principais empresas localizadas na Ceasa, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

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