Guidoval se recupera, mas ainda olha para o céu

Danilo Emerich - Hoje em Dia
20/09/2014 às 09:35.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:16

(Liliane Barros Pinheiro/Divulgação)

Enquanto boa parte do país sente os efeitos da seca prolongada, Guidoval, na Zona da Mata mineira, teme o início da temporada de chuvas, prevista para outubro. Não é para menos. A cidade de 7 mil habitantes ainda se recupera do temporal que a devastou, em janeiro de 2012. Moradores temem novas cheias do rio Xopotó, que margeia o município.   As feridas ainda não cicatrizaram. Na época, uma pessoa morreu, cerca de 2 mil ficaram desabrigadas e dezenas de casas foram destruídas. Além disso, dez pontes foram arrastadas, entre elas, a sobre o Xopotó, no acesso à cidade, já que as águas chegaram a subir 15 metros.    Em um novo local na entrada da cidade – reerguida no mesmo lugar – outra ponte foi construída, com investimentos de R$ 19,8 milhões. No lugar da antiga, a prefeitura tenta erguer uma passarela, que deve ser concluída até dezembro. Na zona rural, sete pontes já foram recuperadas. Outras duas permanecem destruídas. Um novo bairro também está sendo construído para abrigar famílias que perderam casas. Os imóveis devem ser entregues até o fim deste ano.   Uma nova ponte foi construída no acesso ao município e outras recuperadas. Foto: Defesa Civil     Risco   O medo de uma nova enchente ainda persiste para o comerciante João Paulo Silva, de 56 anos. A loja de calçados dele foi totalmente tomada pelas águas durante a enchente de 2012 e só reaberta quatro meses depois. “Toda a cidade ficou ilhada. Foi muito difícil perder o trabalho de uma vida toda”, relembra.   O chefe da Defesa Civil do município, Sílvio Valdieri Bouzada, disse que Guidoval superou a situação graças à ajuda do Estado, da União e da população.   A cidade recebeu R$ 450 mil do governo federal para ajuda imediata às vítimas da tragédia, além de outros R$ 2,3 milhões para a reconstrução do asfalto, de redes pluviais e de esgoto, entre outras ações.    Já foi criado também na cidade um plano de contingência para desastres, os servidores da prefeitura passaram por capacitação, e as áreas de risco estão sendo mapeadas.   Sílvio Bouzada informou ainda que foi feita a limpeza no Xopotó. “Agora estamos mais preparados. No ano passado, mesmo com as fortes chuvas, não ocorreram inundações. Não podemos evitar novas tragédias, mas agora podemos minimizar os danos”, disse.   Segundo o meteorologista do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Ladeia, a precipitação esperada para este ano está dentro da média histórica. “Ainda não há sinais de grandes chuvas”.    Segundo a Defesa Civil Estadual, no período chuvoso de 2011/2012, 239 cidades mineiras decretaram emergência e registraram 20 mortes, 6.321 pessoas feridas e 9.594 desabrigados.     Aimorés também se reconstrói   Aimorés, no Vale do Rio Doce, se recupera dos estragos das chuvas ocorridas em dezembro de 2013. Os três córregos e dois rios da cidade transbordaram três vezes, deixando uma pessoa morta e dois bairros debaixo d’água.    Segundo o assessor jurídico da prefeitura de Aimorés, Fabiano Teixeira, a ajuda de R$ 1,8 milhão ainda é usada para recuperar a zona rural.    “Mais de 100 casas em áreas de risco foram desocupadas, sendo que 70 caíram. Temos 90 famílias ainda no aluguel social. Ainda precisamos de R$ 20 milhões para novas casas”, afirma.

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