Um homem de 24 anos e a namorada, de 38, foram indiciados pela Polícia Civil suspeitos de espancar e filmar toda a agressão a um cachorro da raça pinscher. O fato ocorreu no início deste mês em João Pinheiro, no Noroeste de Minas.
De acordo com as investigações, o homem deu diversos tapas na cabeça e no rosto do cão, além de torcer o pescoço do animal e estapear o focinho por diversas vezes. Ele ainda levantou o cão pela orelha de forma abrupta e golpeou fortemente a cabeça do cão com o celular por 22 vezes seguidas. Por fim, o jogou contra a parede.
Segundo a polícia, as agressões eram intercaladas com períodos de pausa, sendo retomadas repetidamente.
Toda a cena de tortura foi filmada pela namorada do indivíduo, que confrontou posteriormente o suspeito e o expulsou de casa. O vídeo foi compartilhado com várias pessoas, e só então chegou ao conhecimento da polícia. Apesar de não ter participado das agressões, a mulher foi indiciada por maus-tratos contra animais na forma omissiva, após não ter compartilhado o vídeo com a Polícia.
Três dias depois das filmagens (no dia 9 de setembro), o cão foi resgatado pela Polícia Militar Ambiental, em estado grave de saúde.
Investigação
A Polícia Civil apurou que o casal se relacionava há aproximadamente seis meses, e o homem frequentava constantemente a casa da namorada. Os principais sinais de maus-tratos contra o animal foram percebidos pelo filho da investigada, de 10 anos, que suspeitou das agressões e pediu para morar com o pai.
Interrogada, a mulher disse à polícia que inicialmente não acreditou nas suspeitas do filho, mas notou posteriormente mudanças no comportamento do cão, incluindo dificuldade de locomoção, sangramento bucal, perda de apetite e apatia.
Assim, no dia 6 de setembro, a suspeita ouviu latidos do cão e viu o namorado agachado ao lado do animal. Suspeitando de maus-tratos, a mulher escondeu o celular para filmar o homem. Mais tarde, ela saiu de casa para a academia, deixando-o sozinho com o cachorro.
“Durante quase três horas e meia, cenas de extrema crueldade e violência foram registradas pelo celular”, observa o delegado responsável pelo caso, Danniel Pedro Lima de Araújo da Conceição.
“Os depoimentos revelaram um padrão de omissão por parte da investigada, que demorou a agir mesmo tendo suspeitas das agressões”, completa o delegado, destacando a importância da denúncia e do atendimento adequado aos animais vítimas de violência.
O inquérito policial foi concluído com o indiciamento dos suspeitos e encaminhado à Justiça para as providências cabíveis.