Investigação

Suspeito de matar biomédica só não fugiu porque testemunha trancou portão da clínica, diz delegado

Detalhes do caso foram apresentados em coletiva de imprensa nesta quarta-feira

Bernardo Haddad
@_bezao
Publicado em 19/03/2025 às 12:47.Atualizado em 19/03/2025 às 13:18.
PCMG detalhou a investigação do assassinato de Kéia Oliveira (Valéria Marques/ Hoje em Dia)
PCMG detalhou a investigação do assassinato de Kéia Oliveira (Valéria Marques/ Hoje em Dia)

O homem acusado de assassinar a facadas a ex-companheira, a biomédica Miquéias Nunes de Oliveira, de 33 anos, em Ibirité, na Grande BH, só não fugiu do local do crime, pois uma das mulheres que estava na clínica trancou o portão. Detalhes do caso e um vídeo do dia do crime foram apresentados pela Polícia Civil nesta quarta-feira (19).

O delegado Wellington Faria contou que o homem não aceitava o término do relacionamento e ficou quase três meses perseguindo a vítima. De acordo com relatos concedidos à polícia, ele ameaçava cometer suicídio caso a mulher o deixasse, mas nunca afirmou que iria tentar algo contra a vida dela, o que pode ter dado um falso sentimento de segurança à Kéia. 

Imagens divulgadas pela polícia mostram o momento em que o crime foi cometido. A mulher foi surpreendida pelo ex-marido na clínica de estética em que trabalhava, quando teria pedido para que ela voltasse com ele para casa para que os dois pudessem conversar. No entanto, ela não aceitou. 

Assim, o homem sacou um canivete e desferiu diversos golpes contra ela. Duas mulheres estavam no local do crime e fugiram desesperadas. Uma delas correu em direção à delegacia mais próxima e a outra trancou o portão da clínica, o que impediu o acusado de fugir. 

O delegado Wellington Faria acredita que o suspeito só não fugiu por conta do portão trancado. Ele destaca que o homem é caminhoneiro e teria facilidade para evadir para longe da região metropolitana de Belo Horizonte. O agente ainda elogiou a ação das duas testemunhas no local, que não deixaram o homem sair e acionaram a polícia rapidamente.

“Temos imagens que mostram que após cometer o delito, ele tenta fugir do local. Só não foi possível por conta de uma das testemunhas que foge em direção à delegacia e a outra tranca o portão da clínica. Pelo fato dele trabalhar como caminhoneiro, e estar acostumado a viajar por 20 a 30 dias, acreditamos que ele iria sim fugir”, afirmou. 

Traição teria motivado separação

O crime ocorrido no dia 10 de março teria ocorrido após a vítima descobrir uma traição do marido com uma ex-namorada dele. De acordo com a polícia, antes de terminar o relacionamento, Kéia teria descoberto mensagens entre o então marido e a ex dele. Isso foi um dos motivos para a separação, no fim do ano passado.

No entanto, o homem não aceitava o término do relacionamento e ficou quase três meses perseguindo a vítima. De acordo com relatos concedidos à polícia,ele ameaçava cometer suicídio caso Kéia o deixasse, mas nunca afirmou que iria tentar algo contra a vida dela, o que pode ter dado um falso sentimento de segurança à mulher. 

PCMG detalhou a investigação do assassinato de Kéia Oliveira (Valéria Marques/ Hoje em Dia)

Após prender o homem, os policiais encontraram uma arma de fogo e munições no apartamento, local em que ele planejou inicialmente para ceifar a vida da ex-mulher. 

O homem será indiciado pelos crimes de feminicídio e posse ilegal de arma. A pena, segundo o delegado, pode ser de 20 a 40 anos. Além disso, a sentença pode aumentar por que ele não deu chance de defesa para a vítima - e por ter desferido inúmeros golpes contra ela, indicando ainda mais crueldade.

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