O Hospital da Baleia vai realizar, a partir deste sábado (8), um mutirão de cirurgias de endometriose infiltrativa, forma mais agressiva da doença que causa dor e, na maioria dos casos, até infertilidade. Serão 60, ao todo, por meio de videolaparoscopia, técnica não coberta pelo SUS. Neste primeiro dia, serão realizados três.
Devido à extensão e complexidade, os atendimentos serão feitos ao longo do ano, reduzindo pela metade a fila pelo tratamento cirúrgico - que atualmente é de 120 pacientes.
As cirurgias vão envolver equipes de cirurgiões de duas clínicas distintas em cada uma das intervenções. Para isso, a equipe de ginecologia, coordenada pelo Maurício Bechara, e a equipe de coloproctologia, coordenada pelo Juliano Alves Figueiredo, trabalharão juntas.
A videolaparoscopia é uma técnica minimamente invasiva, proporcionando melhor recuperação às mulheres, além de aumentar as chances de manter a fertilidade.
“Muitas dessas mulheres ainda estão na idade fértil e uma cirurgia deste porte poderia comprometer a possibilidade de gravidez. Por isso a importância de fazermos por esse método de laparoscopia”, comenta Dr Maurício Bechara.
Já o Dr. Juliano Alves Figueiredo explica a complexidade e a oportunidade ímpar de se juntarem duas equipes de especialistas para o tratamento das pacientes.
“Tanto para pacientes SUS quanto para pacientes da rede particular, uma cirurgia com equipes de duas clínicas como essas é difícil de se promover. E acredito que, para esses casos, seja a melhor abordagem com objetivo de uma pronta recuperação delas”, afirma.
As cirurgias serão realizadas graças à emenda parlamentar da vereadora Marcela Trópia, no valor de R$ 650 mil.
Sobre a endometriose
A endometriose é uma doença ginecológica que se desenvolve no endométrio, parte superior do útero, e gera pontos de inflamação causando dores intensas principalmente nos períodos de menstruação. Além da dor, muitas vezes incapacitante, a condição costuma diminuir a fertilidade dessas mulheres.
Em alguns casos, com a evolução da doença, a endometriose pode “infiltrar” nos tecidos do entorno, como no intestino, cólon, reto e anus, entre outros. Nesses casos, a cirurgia precisa envolver cirurgiões ginecológicos e coloproctologistas.