O Hospital Risoleta Neves, referência em urgência e emergência em Belo Horizonte e região metropolitana, voltou a receber pacientes na manhã desta quinta-feira (23). Conforme a unidade de saúde, houve uma atualização no número de atendimentos, mas o cenário ainda não é o ideal.
"Hoje, às 7h, registramos 136 pacientes em atendimento no Pronto-Socorro. O número permanece alto em relação à capacidade ideal de atendimento no PS, que é de 90 pacientes simultaneamente, mas o cenário atual é mais favorável do que o vivenciado por pacientes e trabalhadores na data de ontem", informou, por nota.
Na tarde de quarta-feira (22), os atendimentos de menor urgência ou gravidade foram suspensos devido à superlotação da urgência. No entanto, casos com risco grave de morte são recebidos no complexo, que estava com o dobro da capacidade. A urgência do suporta 90 pessoas, porém, eram 180 ontem.
“O número permanece alto em relação à capacidade ideal de atendimento no PS. Não conseguimos restabelecer completamente o ritmo habitual. Avaliaremos caso a caso as demandas de transferências solicitadas pelas UPAs para as quais o Risoleta é referência (Norte, Venda Nova e Pampulha). Manteremos a porta aberta aos pacientes que chegarem à nossa unidade na expectativa de que possamos melhorar o tempo de atendimento”, reforçou o Risoleta.
Para quem precisa de atendimento e procurou o hospital nesta quinta, o aviso na recepção era para ter paciência, pois não havia previsão.
A manicure Talita Leite Barbosa, de 25 anos, conta que sofreu um acidente de moto no ano passado. Ela teria que fazer uma cirurgia hoje, marcada pelos médicos. Mas quando chegou, foi avisada para ter paciência, pois não havia previsão ser encaminhada ao bloco cirúrgico.
"Estou aguardando uma cirurgia na tíbia há seis meses, fazendo acompanhamento e tudo. Colocaram um parafuso, mas não foi o suficente para segurar, e marcaram para hoje o procedimento de correção. Só que, aqui, eles pediram para aguardar liberação do bloco cirúrgico, e sem previsão da hora que vou entrar, mas estou de jejum há seis horas. Muito complicado", disse a manicure.
Já a atendente Naiara Etelvina, de 39 anos, levou a mãe idosa, de 73, com dores na barriga, para atendimento no hospital. Para ela, o aviso foi o mesmo: "paciência".
"Moro no Planalto, e aqui fica mais perto da minha casa. Minha mãe é idosa, e o atendimento tem de ser priorizado. Então, estou aqui sem prazo para ir embora. Tem gente desde ontem esperando ", lamentou.
Sistema de saúde sobrecarregado
A grave situação na unidade de saúde fez a Prefeitura de BH adotar medidas. Entre as ações para desafogar o sistema do Sistema Único de Saúde da capital (SUS-BH), a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA-BH), por meio da Central de Internação, fez diversas transferências de pacientes que estavam internados no Risoleta.
O SAMU-BH também auxiliou ao evitar no deslocamento de pacientes para o complexo. Ainda durante a noite dessa quarta, o Governo suspendeu as cirurgias ortopédicas eletivas para desafogar o hospital.
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