Impasse deixa 1.700 alunos sem o transporte escolar em Montes Claros

Hoje em Dia
01/04/2014 às 06:52.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:52
 (Gabriela Sales/Hoje em Dia)

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Gabriela Sales - Hoje em Dia

Alunos da rede estadual de educação em Montes Claros, no Norte de Minas, vão ficar sem transporte escolar a partir de hoje. Um impasse entre a prefeitura e a Secretaria de Estado de Educação (SEE), que dura desde setembro do ano passado, vai fazer com que o serviço seja interrompido.

Segundo o município, 1.700 estudantes devem ser prejudicados com a suspensão do serviço. Ao todo, 36 mil estudante fazem parte da rede estadual de ensino da cidade. De acordo com a prefeitura, 6 mil deles dependem do transporte escolar. “São jovens que moram em zona rural e precisam do transporte para o deslocamento. Grande parte é do turno da noite”, explicou a secretária municipal de Educação, Suely Nobre Reis.

O alto custo com manutenção de veículos e com combustível pesou no orçamento municipal. “Além de arcar com a demanda municipal estávamos assumindo um compromisso do Estado com a falta de verba para custear os gastos com o transporte”, disse o prefeito Rui Muniz.

Dados da Secretaria Municipal de Educação apontam que no ano passado os gastos com transporte escolar foram de R$ 1,6 milhão, porém o repasse do Estado seria de R$ 1,02 milhão, apenas para atender os estudantes da rede estadual. “Há um déficit de R$ 638 mil que compromete efetivamente os investimentos em educação em Montes Claros”, salientou a secretária.

Para este ano, conforme planilha orçamentária do município, o gasto com manutenção dos veículos e combustível é de R$ 3,9 milhões, um déficit de R$ 2,8 milhões. Como contraproposta, a SEE propôs o envio de R$ 1,170 milhão, porém a prefeitura alega que o valor não atende os gastos reais com o transporte escolar.

A estudante Ana Alícia de Souza, de 16 anos, não sabe como irá para a escola. Moradora do distrito de Nova Esperança, ela depende do transporte escolar para cursar o 1º ano do ensino médio. “Moro longe da escola, estudo à noite e não tenho como arcar com o transporte”, afirmou. Segundo a estudante, se o impasse entre o município e o Estado não for resolvido, ela terá que abandonar os estudos. “Meus pais não têm como arcar com mais uma despesa e terei que deixar os estudos”, disse.

Em nota, a SEE informou que após contato com a prefeitura foi firmado o compromisso de manutenção do serviço sem nenhuma interrupção. Na quarta-feira, a SEE vai enviar dois representantes para avaliar os números apresentados pela prefeitura e, caso seja necessário, recalcular a verba do transporte escolar a ser repassada.

A prefeitura, porém, não confirmou o acordo e informou que a suspensão do serviço está mantida até que o valor repassado seja corrigido.  

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